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Reino Unido exige que Rússia explique ataque com agente nervoso com mais duas vítimas

Por Alex Fraser e Henry Nicholls

AMESBURY, Inglaterra (Reuters) – O Reino Unido exigiu nesta quinta-feira que a Rússia forneça detalhes sobre o ataque com agente nervoso Novichok contra um ex-agente duplo e sua filha depois que mais dois cidadãos britânicos foram atacados com o mesmo veneno.

Os dois britânicos, uma mulher de 44 anos e um homem de 45 anos, estão em estado grave desde que lidaram com o que a polícia disse ser um item contaminado perto do local do ataque de março contra Sergei e Yulia Skripal.

Londres acusou a Rússia de envenenar os Skripal com Novichok, um agente nervoso desenvolvido pelos militares soviéticos durante a Guerra Fria, o primeiro uso ofensivo conhecido de uma arma química em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A Rússia, que atualmente sedia a Copa do Mundo, negou qualquer envolvimento com o incidente de março e insinuou que os serviços de segurança britânicos realizaram o ataque para atiçar a histeria anti-Moscou.

“Os olhos do mundo estão atualmente na Rússia, e não só por causa da Copa do Mundo”, disse o secretário do Interior britânico, Sajid Javid. “Está na hora de o Estado russo se pronunciar e explicar o que aconteceu.”

“É completamente inaceitável para nosso povo ser um alvo deliberado ou acidental, ou nossas ruas, nossos parques e cidades serem locais de desova de veneno”, disse ele ao Parlamento.

O Kremlin disse que a Rússia ofereceu assistência ao Reino Unido na investigação do ataque com agente nervoso e que foi rejeitada.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, falando ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, durante uma visita a Berlim, disse ser “profundamente perturbador” que mais duas pessoas tenham sido expostas ao Novichok, acrescentando que se solidariza com as pessoas da área.

Inicialmente se acreditou que os dois britânicos que adoeceram no sábado haviam tido uma overdose de heroína ou crack, mas exames do centro de pesquisa militar de Porton Down mostraram que eles foram vítimas do Novichok. O Reino Unido notificou a Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq).

Mais tarde a polícia de Londres disse em um comunicado: “… agora sabemos que eles foram expostos ao agente nervoso depois de manipularem um item contaminado”, mas sem dar detalhes.

Autoridades de saúde disseram que o risco para o público é baixo, repetindo seu aviso anterior de que as pessoas devem lavar as roupas e usar lenços higiênicos em itens pessoais – mas a exposição de dois compatriotas despertará o temor de que o Novichok ainda esteja presente em locais próximos da antiga cidade inglesa de Salisbury.

(Reportagem adicional de Sarah Young, Kate Holton, Elizabeth Piper, William James e Kate Kelland em Londres, Andrew Osborn e Polina Nikolskaya em Moscou)

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