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Alckmin tenta atrair partidos de centro, mas grupo tende a apoiar Ciro Gomes, dizem fontes

Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin reuniu na noite de quarta-feira, em Brasília, com lideranças do DEM, PP, PRB, SD e PSC para tentar atrair os partidos para sua candidatura, mas, apesar das conversas, cresce a tendência no grupo de aderir ao nome de Ciro Gomes (PDT), disseram à Reuters fontes presentes à reunião.

“Ele nos apresentou o programa de governo, explicou como acha que pode construir para chegar ao segundo turno. Foi bem, mas é muito difícil”, disse uma das fontes.

A conversa continuou depois da saída de Alckmin e, apesar da simpatia generalizada pelo tucano, ninguém se convenceu e, hoje, a tendência majoritária é de apoio a Ciro Gomes.

“Tem uma preocupação muito grande de alguns no grupo com uma possível volta do PT ao poder. Há quem ache que Alckmin pode chegar ao segundo turno contra alguém do PT, mas vai perder. Eu, sinceramente, acho que ele nem consegue chegar no segundo turno”, disse a fonte.

Apesar das diferenças ideológicas, as fontes contaram à Reuters que o DEM é um dos partidos que está mais inclinado a fechar uma aliança com Ciro Gomes, posição defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que teoricamente ainda é pré-candidato do partido à Presidência da República.

Uma das razões seria uma pesquisa encomendada pelo partido que mostra Alckmin com uma rejeição de 60 por cento dos eleitores, maior que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril. Ciro seria uma opção com maior possibilidade de chegar ao segundo turno, avaliaram os caciques do partido.

Aliado de Maia desde a primeira hora, o Solidariedade tende também a seguir o DEM e dar apoio a Ciro Gomes. Comandado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, ex-presidente da Força Sindical, o partido topa o apoio em troca da promessa de Ciro de rever a reforma trabalhista.

O PP também estuda com apreço a possibilidade de um apoio ao pedetista, o que facilitaria a vida do presidente do partido, Ciro Nogueira, candidato ao Senado no Piauí, onde Ciro Gomes tem mais força do que Alckmin.

“Tem no grupo uma vontade de fechar com o Ciro. A gente se livraria do pessoal de PT, MDB e PSDB e teria um novo centro de poder”, explicou uma segunda fonte. “A gente acha que o ideal era uma candidatura que juntasse parte da esquerda e parte da direita.”

A única exceção no grupo seria o PRB. O partido, que hoje tem o empresário Flávio Rocha como pré-candidato, tende a retirar a candidatura, a menos que o empresário concorde em concorrer sem alianças e pagando a campanha do próprio bolso.

O partido, no entanto, não irá com Ciro Gomes, disse uma das fontes. As alternativas são o próprio Alckmin, mesmo que a maioria do partido acredite que a candidatura do tucano está fadada ao fracasso, ou com o senador Álvaro Dias, pré-candidato pelo Podemos.

O grupo terá uma nova reunião na próxima semana para tentar chegar a um acordo. “A partir do dia 16 de julho, até o dia 22, vamos ter que decidir isso”, disse uma das fontes.

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