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Moraes autoriza Torres a explicar minuta de golpe

Ex-ministro da Justiça deve ser ouvido pela Polícia Federal na quinta-feira (16)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou hoje (10) o depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres sobre a minuta de golpe apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro.  

A fala de Torres foi agendada para quinta-feira (16), às 10h, e será realizada por videoconferência em um dos batalhões da Polícia Militar do Distrito Federal, onde ele está preso pela suposta omissão em conter os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, como então secretário de Segurança Pública do DF. 

A oitiva vai ocorrer no processo aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar a legalidade do encontro do então presidente Jair Bolsonaro, em julho do ano passado, com embaixadores para questionar a lisura da votação eletrônica.  A minuta foi incluída no processo a pedido do PDT, partido que contesta a legalidade do encontro. 

Contexto

Na decisão, Moraes disse que Anderson Torres vai depor na condição de testemunha e deverá ter o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação assegurados quando questionado sobre temas que possam incriminá-lo. 

O depoimento de Torres é uma das diligências autorizadas pelo ministro Benedito Gonçalves, do TSE, no decorrer do processo sobre o encontro de Bolsonaro com os embaixadores. 

O ministro também pediu que a Casa Civil da Presidência da República informe se há registros do governo anterior sobre a preparação e difusão da reunião por órgãos públicos. 

Na decisão, proferida na quinta-feira (9), Gonçalves disse que a minuta pode ter relação com a apuração da legalidade da reunião com embaixadores. 

“Questão controversa, admitida ao debate, é se a repercussão eleitoral do discurso e sua gravidade podem ser evidenciadas pela minuta de decreto de Estado de Defesa apreendida em 13/01/2023 pela Polícia Federal na residência de Anderson Torres”, afirmou o ministro. 

Ao comentar o caso nas redes sociais, antes de ser preso, Torres disse que o documento foi vazado “fora do contexto”.  

(Agência Brasil)

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