BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, assume interinamente o Ministério do Trabalho, acumulando as funções, no lugar de Helton Yomura, que pediu demissão após ter sido afastado do cargo nesta quinta-feira pelo STF por suspeita de envolvimento em um esquema de concessões irregulares de registros sindicais.
A nomeação de Padilha foi confirmada em edição extra do Diário Oficial da União.
Yomura foi afastado na terceira fase da operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, nesta quinta-feira.
Antes mesmo do pedido de demissão de Yomura, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, informava que o partido colocava o comando do Ministério do Trabalho à disposição do governo.
O afastamento de Yomura ampliou o imbróglio que atinge o ministério desde o final do ano passado, quando Ronaldo Nogueira anunciou que deixaria o cargo para tentar a reeleição à Câmara dos Deputados em outubro deste ano.
O PTB indicou o deputado Pedro Fernandes (MA) para substituí-lo. Mas a proximidade do parlamentar com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) –opositor ferrenho do governo Temer– levou a um veto a seu nome.
No início de janeiro, Jefferson indicou sua filha, a deputada Cristiane Brasil, para o cargo. Condenada em processo trabalhista, Cristiane viu sua indicação questionada, levando a uma batalha jurídica que só acabou no final de fevereiro, com a desistência da deputada de ocupar o cargo.
Yomura assumiu o ministério de forma provisória inicialmente, sendo efetivado apenas em abril.
No mês seguinte, a Polícia Federal lançou a primeira fase da operação Registro Espúrio, quando fez buscas nos gabinetes de deputados, nas sedes do PTB e Solidariedade e em centrais sindicais.
Na segunda etapa, lançada em junho, o principal alvo foi a deputada Cristiane Brasil.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)