De acordo com a IQAir, cerca de 90% dos países e territórios analisados excedeu as diretrizes de qualidade do ar da OMS
Um novo relatório da empresa IQAir, que monitora a qualidade do ar em todo o mundo, revelou que apenas 13 países e territórios tiveram qualidade do ar “saudável” no ano passado.
A pesquisa analisou a qualidade média do ar em 131 países e territórios e descobriu que a poluição média anual do ar em cerca de 90% deles excedeu as diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apenas seis países — Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia e Nova Zelândia — e sete territórios no Pacífico e no Caribe, incluindo Guam e Porto Rico, atenderam aos requisitos de ar da OMS, que exigem um nível médio de poluição do ar de 5 microgramas por metro cúbico ou menos.
A pesquisa também destaca uma desigualdade preocupante: a falta de estações de monitoramento em países em desenvolvimento na África, América do Sul e Oriente Médio, resultando em escassez de dados de qualidade do ar nessas regiões.
Em 2016, cerca de 4,2 milhões de mortes prematuras foram associadas ao material particulado fino, segundo a agência da ONU.
Glory Dolphin Hammes, CEO da IQAir North America, disse que cada vez que adiciona um novo país que antes carecia de dados de qualidade do ar — como aconteceu com o Chade em 2021 – esses países inevitavelmente acabam no topo da lista dos mais poluídos.
“Se você olhar para o que é chamado de satélite ou dados modelados, a África deve ser provavelmente o continente mais poluído do planeta, mas não temos dados suficientes”, disse Hammes
“O que isso significa é que são necessários muito mais dados para que possamos realmente determinar quais são os países e cidades mais poluídos do mundo.”
Mas uma das maiores barreiras no momento, disse ela, é “a maneira como os governos atualmente monitoram a qualidade do ar”. Hammes disse que a maioria dos governos tende a investir em instrumentos que não conseguem medir com precisão partículas finas no ar.