SÃO PAULO (Reuters) – O dólar operava com leves variações nesta sexta-feira depois de superar o patamar de 3,95 reais, com o foco na cena externa e com os investidores cautelosos com o os próximos movimentos do Banco Central brasileiro –se voltará a atuar no mercado ou se continuará de fora como nos últimos dias.
Às 11:53, o dólar recuava 0,16 por cento, a 3,9282 reais na venda, depois de ter fechado o pregão passado no maior nível de fechamento desde 1º de março de 2016, a 3,9344.
Na máxima dessa sessão, a moeda norte-americana chegou a 3,9532 reais. O dólar futuro era negociado praticamente estável.
“A moeda (norte-americana) continua se valorizando fortemente contra o real, mostrando que o mercado vem testando a autoridade monetária”, escreveu a Rico Investimentos em relatório.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, reforçou na noite passada, em entrevista à GloboNews, que não pautará a atuação no câmbio por mudanças de preço, buscando apenas dar tranquilidade ao mercado quando avaliar a ocorrência de falta de liquidez ou “sensação de pânico”.
O BC não tem feito intervenções extraordinárias no mercado por meio de leilões de novos swaps cambiais –equivalentes à venda futura de dólares– desde a semana passada. Tem feito apenas as vendas desses contratos para rolagem dos vencimentos futuros, como nesta sessão.
Ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólares.
Com isso, rolou o equivalente a 3,5 bilhões de dólares do total que vence no próximo mês.
No exterior, o dólar recuava cerca de 0,55 por cento frente ao uma cesta de moedas e algumas divisas de países emergentes, após a divulgação de que a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos em junho foi maior do que o esperado. Entretanto, o aumento salarial estável indica pressão inflacionária moderada que deve manter o banco central do país na trajetória de aumento gradual da taxa de juros.
O Federal Reserve elevou a taxa de juros dos EUA duas vezes este ano e, de modo geral, a expectativa é de que os juros sejam elevados mais duas vezes neste ano.
Taxas mais elevadas tendem a atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Esta sessão deve ter volume de negócios reduzido devido ao jogo o Brasil contra a Bélgica à tarde pela Copa do Mundo, o que manterá os investidores afastados das mesas de operação. E na segunda-feira, por conta de feriado em São Paulo, a B3 estará fechada.
(Por Patrícia Duarte; Edição de Camila Moreira)