Ex-presidente e seu antigo ajudante de ordens, coronel Cid, devem ser ouvidos na tarde de 5 de abril
A Polícia Federal (PF) comunicou os defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que ele está intimado a dar explicações sobre os três lotes de joias recebidas de autoridades sauditas. Avaliados em cerca de R$ 19 milhões, parte desses itens de alto luxo foram incorporados ao patrimônio pessoal do presidente sem seguir qualquer ritual legal e ultrapassando os limites de valores permitidos por lei.
Além de Bolsonaro, também foi convocado seu antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e um de seus seguranças Marcelo Camara. O depoimento de ambos está marcado para 5 de abril, às 14h30. A presença do coronel Cid se deve à tentativa de liberação das joias presenteadas à primeira-dama, Michelle. Avaliado em R$ 16,7 milhões, o conjunto de anéis, brincos e colares de diamantes foi apreendido pela Receita Federal quando a comitiva presidencial voltou de uma viagem à Arábia Saudita, em outubro de 2021. Vários representantes do presidente tentaram resgatar as joias sem sucesso.
Cid foi o último. Ele assinou um ofício ao secretário especial da Receita, Júlio César Vieira Gomes, pedindo a liberação em 28 de dezembro, a três dias do final do mandato, o que não foi aceito. Cid já é investigado em um suposto esquema de caixa 2 eleitoral.
O ex-presidente deve voltar ao Brasil na manhã desta quinta-feira (30), após uma temporada em Miami, Flórida. O caso das joias é só a mais recente suspeita de crime cometido pelo agora ex-presidente quando do exercício do cargo de chefe do Executivo. Há gastos excessivos com cartão corporativo, suspeitas de favorecimento, financiamento irregular de campanha, ataques à democracia, ao Judiciário, elaboração da minuta do golpe e suposta tentativa de golpe para ser reconduzido ao poder com ajuda de parte dos militares.
O ofício que tentou tirar as joias da Receita
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