Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil deve produzir 56 milhões de toneladas de milho na segunda safra deste ano, já em colheita, projetou nesta terça-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que em junho previa 58,2 milhões de toneladas.
A revisão para baixo é resultado de “impactos climáticos”, destacou a Conab, referindo-se principalmente à estiagem entre abril e maio, que prejudicou as lavouras em um importante estágio de desenvolvimento. Além disso, a chamada “safrinha” já havia sido plantada fora da janela ideal após um atraso na colheita de soja.
A nova estimativa representa uma queda de 16,9 por cento ante o recorde de 67,4 milhões de toneladas observado no ciclo anterior. Inicialmente, a Conab projetava um volume semelhante para este ano.
Considerando-se também a primeira safra, colhida no verão, o Brasil deve produzir um total de 82,93 milhões de toneladas de milho em 2017/18, aquém dos quase 100 milhões de toneladas em 2016/17.
Uma menor oferta tende a sustentar os preços do cereal no mercado doméstico e resultar em exportações menores pelo país. Segundo a Conab, o Brasil deve embarcar 30 milhões de toneladas de milho neste ano, ante 32 milhões projetados no levantamento anterior.
SOJA
A Conab previu nesta terça-feira que a safra de soja 2017/18 do Brasil deve alcançar 118,88 milhões de toneladas, acima dos 118,04 milhões de junho e marcando um novo recorde. Em 2016/17, o país colheu cerca de 114 milhões de toneladas.
Já colhida, a safra de soja brasileira despertou preocupações na fase de plantio em razão de uma estiagem, mas depois o tempo melhorou e as lavouras registraram boas produtividades.
Os embarques de soja do Brasil, o maior exportador mundial da oleaginosa em grão, foram mantidos pela Conab em 72 milhões de toneladas.
Em paralelo, a companhia também elevou levemente sua previsão para a safra de trigo, a 4,90 milhões de toneladas, e de algodão em pluma, a 1,96 milhão de toneladas.
Assim, a safra total de grãos e oleaginosas do Brasil 2017/18 deve alcançar 228,51 milhões de toneladas, disse a Conab, que no mês passado previa 229,7 milhões.
(Por José Roberto Gomes)