Plataforma é acusada de apoiar crimes ao permitir mensagens de ódio. Só que a hashtag sumiu, sugerindo censura
Um protesto contra o Twitter ganhou força repentina ao longo desta terça-feira (11), após críticas à postura da rede social em relação aos ataques a escolas no Brasil e permissividade com a disseminação de posturas de violência extremista. Usuários e influenciadores acusam a rede social promovendo a hashtag “Twitter apoia massacres” dentro da própria plataforma.
Os manifestantes alegam que a empresa controlada pelo multimilionário Elon Musk não está fazendo o suficiente para combater e evitar os ataques, deixando de proteger inocentes indefesos.
O Ministério da Justiça do Brasil compartilhou com o Twitter uma lista com 73 perfis que propagam conteúdos sobre ataques a escolas. O portal G1 apurou que, desse total, ao menos 61 contas continuavam ativas até a tarde desta terça (11).
O Twitter, por sua vez, afirma que está comprometido e que trabalha constantemente para aprimorar suas políticas de uso. A empresa também destaca que remove conteúdo ilegal e violações de suas políticas assim que são identificados. Porém, na manhã de segunda-feira (10), uma de suas representantes legais afirmou, perante o ministro da Justiça, Flávio Dino, que um perfil com foto de assassinos de crianças (perpetradores dos massacres em escolas) não violava os termos de uso da rede e que não se tratava de apologia ao crime. Foi o que bastou para começar uma reação depois que o episódio vazou.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública nesta terça-feira (11) argumentando que o Twitter tem o dever de proteger seus usuários e contribuir para a prevenção de crimes. O MPF destaca que a rede social é uma das principais plataformas usadas para disseminar mensagens de ódio e violência – o que não está claro ainda – e que a empresa precisa assumir uma postura mais responsável perante conteúdo ilegal e prejudicial, de acordo com a legislação brasileira.
Cadê a hashtag
O assunto chegou a figurar como o segundo mais comentado no Twitter até o fim desta manhã, com cerca de 4,5 mil publicações. Influencers como Felipe Neto somaram mais de 200 mil visualizações em suas postagens com a hashtag. Contudo, a frase desapareceu das listas de assuntos do momento, o que levantou suspeitas e contradisse as informações de três serviços de monitoramento de tendências nas redes, que mostram o assunto “Twitter apoia massacres” no topo dos trending topics no Brasil.
Usuários que levantaram a frase com fortes críticas a Musk acusam a empresa de censura.
Veja alguns dos tweets de protesto:
O que MONEY REPORT publicou
- Musk prefere manter audiência a barrar agressores
- BBC rejeita selo do Twitter criado por Musk
- Justiça quer excluir 430 contas do Twitter relacionadas com ataques em escolas
- Aos assassinos, o eterno anonimato
- Serviço de segurança dos EUA ajudará investigações em Blumenau
- Como nasceu a onda de ataques em escolas