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O guia das palavras que só existem em um idioma

Muitos já ouviram por aí que a palavra “saudade” só existe no idioma português. É uma tese que faz bastante sentido por duas razões. A primeira é que em inglês e em boa parte das línguas europeias não há mesmo um equivalente para definir o estado em que es pessoas ficam ao sentir falta de algo ou alguém. A segunda? Bem, é só lembrar do sentimento de desterro dos portugueses aqui no Brasil, curtindo uma fossa danada por conta da distância que os separava da terra natal – ou melhor, da “terrinha”. Faz todo o sentido a língua portuguesa ter uma palavra apenas para definir esse estado de espírito.

Ocorre que, apesar de rara, a palavra “saudade” não é única no mundo linguístico. O mesmo sentido se encontra na alemã “sehnsucht”, que também pode significar “anseio”. No idioma polonês, o termo “tesknota” também tem pode ser traduzido por “saudade”.

Independente do fato de termos palavras que só fazem sentido em português, outros idiomas também carregam vocábulos únicos, que não podem ser traduzidos por uma única palavra. Um dos mais pródigos neste sentido é o alemão, uma língua que frequentemente nos brinda com a colagem de palavras diferentes para se criar um novo significado.

Vamos a duas delas. A primeira é bastante conhecida: “Zeitgeist”. Ela quer dizer “espírito do tempo” e é justamente a junção das palavras “zeit” (“tempo”) e “geist” (“espírito”). Trata-se de um jeito perfeito de classificar certos comportamentos que se repetem durante a nossa era – ou fatos que só ocorreriam neste período. Temos também outra pérola germânica famosa: “Schadenfreude”. Mais uma união de palavras, quer dizer a alegria (“freude”) de ver alguém de dar mal (“schaden” = “prejuízo”).

O indonésio nos brinda com “neko-neko”, definindo alguém que tem uma ideia brilhante a qual só piora as situações. Você conhece alguém assim? Infelizmente, nas esferas governamentais – em todas os últimos mandatos – sempre tem um indivíduo desses.

Os nativos da Papua-Nova Guiné têm um termo para aquilo que chamados de segredo de Polichinelo, a verdade que todos conhecem, mas ninguém se atreve a falar em voz alta. Trata-se de uma palavra bonitinha: “mokita”.

O idioma russo vem contribuir para essa lista com uma boa sacada: “pochemuchka”. É um termo usado para designar aquelas pessoas que perguntam sobre tudo em qualquer situação, os perguntadores seriais (também, com certeza, conhecemos vários que se comportam dessa maneira).

Na Escócia, além do inglês, os habitantes falam a língua ânglica escocesa e o gaélico. E dentro desse caldeirão linguístico, uma palavra original se destaca: “Tartle”. O que ela significa? Aquele instante em que você vai cumprimentar uma pessoa que já conhece – mas esqueceu o nome dela.

Sabe aquelas marcas circulares que um copo gelado deixa nas mesas? Em nenhuma língua do mundo há uma expressão para determinar isso, exceto no italiano. Essa marquinha é chamada de “culaccino” na Itália.

O espanhol nos brinda com “sobremesa”. Ao contrário do que se possa imaginar, não quer dizer aquilo que se serve após a refeição principal. Para os espanhóis, é a maneira pela qual se define a conversa que os comensais têm à mesa depois do café da manhã, almoço ou jantar.

Já que “saudade” tem seus equivalentes em alemão e em polonês, temos alguma palavra com significado único aqui no Brasil? Temos várias. Mas é possível destacar uma: “cafuné”. Até porque o ato carinhoso que a define é estritamente brasileiro. Ficou na dúvida? Pergunte a um estrangeiro – qualquer estrangeiro – se ele ou ela já recebeu um cafuné de alguém que não tenha nascido no Brasil.

A resposta será, evidentemente, negativa.

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Comentários

Uma resposta

  1. Quando vive na Alemanha achei a palavra “Heimat” a mais próxima de saudade segue aqui seu significado seus vários significados
    Kay-Alexander Scholz as
    14/02/201814 de fevereiro de 2018
    Termo sem equivalente em outras línguas tem história atribulada na Alemanha. Para alguns, significado é positivo e associado à terra natal e seus costumes. Para outros, lembra o período mais terrível da história alemã.
    Amei a matéria
    Rosi Duca

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