Com 39 anos, chinês é dono de um império que reúne várias marcas dentro do ecossistema do Shein Group
O fundador da Shein, Xu Yangtian, é considerado um bilionário self-made, aqueles que constroem a sua fortuna do zero, sem heranças envolvidas. Com 39 anos, o chinês é dono de um império que reúne várias marcas dentro do ecossistema do Shein Group.
A empresa de moda está no centro da polêmica da semana – ao lado da Shopee e do AliExpress – com a decisão do governo brasileiro de apertar a fiscalização, fechar a brecha e coibir o drible à legislação feito pelas plataformas em relação à isenção a pessoas físicas para compra de até US$ 50. Hoje, há práticas nos e-commerce de usar artifícios e colocar pessoas jurídicas como se fossem físicas para evitar a tributação.
No levantamento de bilionários da Bloomberg, o patrimônio do bilionário é estimado em US$ 23,5 bilhões. O estudo considera que o executivo detém 34% de participação no negócio. Outra parte está com fundos que investiram na operação e com três executivos da companhia: Miao Miao, Gu Xiaoqing e Ren Xiaoqing, cada um com 7,6%.
Eles trabalharam no primeiro empreendimento de Xu, um e-commerce de roupas e acessórios femininos que não deu certo. Quando Yangtian decidiu abrir a Shein em 2012, lá estavam eles. Hoje, ocupam posto de liderança em áreas de desenvolvimento de mercadorias e gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Como ele criou a Shein
Antes da empreitada como empreendedor uma passagem marcante na trajetória do executivo, também conhecido como Chris, foi o trabalho em uma empresa de marketing online. Lá, tinha como função ajudar a aumentar o tráfego de pesquisa em sites e promover as vendas.
Com o lançamento da Shein, Yangtian procurou unir os dois universos, o marketing digital e o comércio internacional, área em que se graduou. A Shein comercializa os seus produtos para mais de 150 países e tem nos Estados Unidos o seu maior mercado. Na China, onde nasceu, tem pouca representatividade.
Com investimento em inteligência artificial e dados para entender o comportamento do consumidor e produzir com alta escala, agilidade e baixo custo, o negócio se tornou um fenômeno nos últimos anos, especialmente para o público da geração Z.
Em 2018, a empresa tinha um valuation em US$ 2,5 bilhões, segundo a Bloomberg. Quatro anos mais tarde, a estimativa foi de US$ 100 bilhões, em rodada de captação em abril de 2022. A cifra supera o valor de mercado combinado da H&M e Zara, marcas há muito tempo estabelecidas no mercado de moda. Em faturamento, a companhia saiu de US$ 10 bilhões em 2020 para US$ 16 bilhões em 2022.
A velocidade de crescimento de negócio foi impulsionada na pandemia. Com mais acesso à internet e “presos” em casa, os consumidores foram impactados pelas estratégias agressivas de marketing digital, tendências e os preços super competitivos.
Apesar de ter construído uma gigante da moda a partir de estratégia de marketing e mídia, o bilionário adota uma postura bem diferente como profissional. Desde o lançamento do negócio, nunca deu entrevistas e é considerado uma figura misteriosa pela mídia internacional.
Brasil
Oficialmente, a Shein desembarcou no Brasil em novembro de 2022 com a inauguração de uma loja temporária (pop-up store) em São Paulo. Os seus produtos já inundavam as ruas do país bem antes disso, no entanto. Um relatório do BTG Pactual divulgado no fim de janeiro deste ano aponta que a varejista de moda registrou faturamento de 8 bilhões de reais, crescimento de 300% em relação aos números de 2021.
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Por Marcos Bonfim
Publicado originalmente em: curt.link/UcWz18