Em entrevista exclusiva a MONEY REPORT, o empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, uma das maiores construtoras do Brasil, fala dos obstáculos que travam o seu setor e revela qual é o perfil que espera do próximo presidente.

A chamada agenda liberal é pautada por uma redução do tamanho do estado, pela queda da carga tributária e diminuição da burocracia. Qual destes pontos seria o mais importante?

A redução do estado é o mais importante. Enquanto a máquina for lenta e burocrática, com oportunidades para a corrupção, haverá problemas.

Que problemas a interferência do estado trouxe para o seu setor?

Muitos. A lei do distrato, por exemplo, que só tem no nosso país, trouxe prejuízos violentíssimos. Gerou desemprego, fez com que os preços dos imóveis caíssem e que muitas empresas do setor de construção entrassem em processos de recuperação judicial. Sem contar o sistema fiscal – as empresas precisam ter aqui um departamento fiscal enorme, ao contrário do que ocorre nos demais países.

Como reduzir os juros num ambiente em que os gastos públicos somente crescem?

Enquanto o estado for inchado, o custo de captação será alto e os juros continuarão neste patamar. Por isso, é tão importante reduzir o tamanho do estado. Quando diminuir o estado, as taxas vão cair.

O que esperar de um candidato a presidente para 2018?

São quatro pontos. O primeiro é a honestidade. Chega de corrupção. Mas só honestidade sem capacidade não resolve. Segundo, precisa ser alguém de centro ou direita. Terceiro: capacidade. Isso é importante. Por fim, postura, postura firme. Não pode ficar em cima do muro. Precisa fazer grandes mudanças. Não está fácil juntar essas quatro características, mas o ideal seria isso.