Aplicativo não deu informações sobre medidas de combate a grupos que incitam violência na plataforma
A Polícia Federal solicitou ao aplicativo de mensagens Telegram o fornecimento de informações sobre grupos de ódio de inspiração neonazista presentes na plataforma, no entanto, nem todos os dados foram entregues pela empresa. Em decorrência disso, a Justiça ordenou que as operadoras de telefonia e lojas de aplicativos suspendam imediatamente o uso do aplicativo.
De acordo com a Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, as empresas de telefonia Vivo, Claro, Tim e Oi, além das gigantes de tecnologia Google e Apple, responsáveis pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store, serão notificadas ainda nesta quarta-feira (26) sobre a suspensão do aplicativo Telegram, que desde o ataque ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021, acumula críticas pelo modo frouxo com que lida com radicais.
Na sexta-feira (21), o Telegram entregou uma parte dos dados solicitados pela PF, após pedir uma intervenção judicial. No entanto, a corporação ainda aguardava o fornecimento dos números de telefone dos integrantes e administradores de um grupo que contém conteúdo neonazista, mas o aplicativo não forneceu tais informações.
Além de determinar a suspensão imediata do aplicativo, a Justiça também ampliou a multa aplicada ao Telegram por não entregar os dados solicitados, aumentando de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer as informações.
Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, o Telegram foi a única plataforma digital que não respondeu às notificações. Além da pasta, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também deve notificar o aplicativo de mensagens.
O envolvimento de grupos extremistas em casos de violência em escolas vem sendo investigado pelo Ministério da Justiça. A apuração começou depois do caso de Aracruz, em 25 de novembro, quando um jovem matou dois professores e um aluno foram baleadas e mortas em ataques seguidos a duas escolas da cidade. Nove pessoas ficaram feridas.
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