Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Um turista corporativo em NY

Talvez Nova York seja a cidade que mais visitei fora do Brasil – e a maioria das viagens que fiz para cá foi a trabalho. Já vim à Big Apple para reuniões, entrevistas, eventos e reportagens. No entanto, por mais que tenha visitado Manhattan, nunca me canso dessa pequena ilha, banhada pelos rios East e Hudson.

Quando vim pela primeira vez, ainda na década de 1980, a cidade ainda carregava o ranço de ser bastante violenta e suja – imagem que começou a ser desconstruída com a campanha “I Love New York”, que teve início em 1977. Neste mesmo ano, seria lançado um filme chamado “New York, New York”, estrelado por Liza Minelli e Robert De Niro. Esta película lançou a música com o mesmo título, que seria imortalizada três anos mais tarde na voz de Frank Sinatra.

Nos anos 1990, os índices de violência caíram substancialmente e Nova York virou uma meca do turismo. Isso catapultou a cidade como centro de negócios, impulsionando o mercado imobiliário e de ações. Nessa semana, em que temos a Brazilian Week, Manhattan é tomada por empresários brasileiros. Somente no jantar de Gala, na quarta-feira, em que se homenageia alguma personalidade que se destacou no ano (este ano, o prêmio vai para o CEO da Suzano, Walter Shalka), são mais de 1200 convidados – fora os brasileiros que vêm para os eventos paralelos. Ao todo, estima-se que 3.000 pessoas venham do Brasil para cá nessa época.

Quem não visita Nova York há muito tempo vai tomar um susto com os preços. A inflação americana elevou o custo de vida. Uma corrida curta de Uber (em SUV) custa em torno de US$ 85. Um lanche no Shake Shack (sanduíche, fritas e refrigerante) sai em torno de US$ 20. Duas pessoas podem gastar facilmente cinquenta dólares por lá. Restaurantes estrelados e famosos, então, estão na faixa inicial (ênfase no “inicial”) de US$ 500 por pessoa. Esses valores são muito maiores do que os praticados antes da pandemia e podem assustar os distraídos.

A cidade, apesar do alto custo, está lotada – e as lojas estão igualmente cheias de gente. A atividade econômica está bombando, com o trânsito bem complicado. Chegar em um restaurante sem reserva é uma roleta russa – e geralmente não dá certo.

Os hotéis estão fervilhando e os lobbies viraram pontos de encontro de brasileiros, que trocam cartões de visita e números de WhatsApp freneticamente. Na volta à terra natal, sem dúvida, vários negócios vão ser fechados. E muitos já vão ser assinados por aqui mesmo.

P. S.: Por que o apelido de Nova York é “Big Apple”? Na década de 1920, um jornalista de turfe — então um esporte muito difundido — chamado John Fitz Gerald (assim mesmo, com o sobrenome escrito em duas etapas) começou a chamar o grande prêmio das corridas de cavalo dessa forma. A gíria foi ganhando corpo e ficou popular entre os músicos de jazz, que passaram a chamar a cidade como a “grande maçã”, pois era a maior dos Estados Unidos. Mas a popularização do termo se deu mesmo quando o presidente da New York Conventions and Visitors Bureau, Charles Gillet (sem o segundo “e”), resolveu usar a gíria em uma campanha de publicidade. Com esse empurrão, o termo se propagou pelo mundo inteiro.

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.