Por Luke Baker
PARIS (Reuters) – Jornais e emissoras de TV da França comemoraram nesta segunda-feira a vitória da seleção francesa na Copa do Mundo, enquanto funcionários de limpeza trabalhavam contra o relógio para arrumar a cidade após uma noite de comemorações em Paris e em preparação para uma parada de vitória na Champs Élysées.
“Nosso dia de glória está aqui”, disse o Le Figaro, em referência a trecho do hino nacional francês.
“História feita”, escreveu o jornal esportivo L’Équipe, enquanto a publicação Les Echos optou pelo mais direto “Campeões do Mundo”.
Fotos dos astros Kylian Mbappé, Antoine Griezmann e Paul Pogba, assim como registros do time segurando e beijando o troféu, dominaram a cobertura.
A vitória criou um senso de união nacional, com comentaristas valorizando o fato de que a seleção, a segunda mais jovem no torneio, incluía muitos jogadores com ascendência africana, mesmo que todos, com exceção de dois, tenham nascido na França.
Quando o país ganhou sua primeira Copa do Mundo em 1998, com Zinedine Zidane como estrela, muitos se referiam à seleção como “Black-Blanc-Beur” (Negro-Branco-Árabe), um apelido devido à diversidade étnica de sua composição.
Mas, este ano, alguns tentaram rejeitar a frase, vendo nela um sentido de segregação, mesmo se a intenção original fosse positiva.
“Nós não estamos em 1998”, disse Mounir Mahjoubi, secretário de Estado para questões digitais, cujos pais emigraram do Marrocos. “Nós não estamos mais celebrando ‘Black-Blanc-Beur’, estamos celebrando a irmandade”, disse sobre a seleção atual.
Após o apito final de domingo, milhões de torcedores franceses foram às ruas, com milhares se reunindo ao longo da Champs Élysées na capital francesa. Mas, durante a noite, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar multidões na avenida, depois que confrontos com um pequeno grupo de torcedores ameaçou estragar as comemorações.