Ofensas, transfobia e importunação sexual à direita e à esquerda. O que pesa contra Zambelli, Bolsonaro, Medeiros, Cardoso, Jerry, Nikolas e Talíria
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu nesta terça-feira (30) sete processos para apurar representações de quebra de decoro parlamentar. Todos os casos se tratam de políticos que destrataram colegas de partidos antagonistas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse: “Daqui para a frente, teremos o fórum adequado [o Conselho de Ética dessa legislatura] para tratar dos pontos fora da curva desta Casa”, disse. O relator de cada processo terá dez dias úteis para elaborar os devidos pareceres preliminares. Os deputados condenados por quebra de decoro podem ter punições que vão desde a censura oral até a perda do mandato.
Caso por caso
Carla Zambelli (PL-SP)
Segundo a representação do PSB, teria quebrado o decoro parlamentar por xingar e constranger o deputado Duarte (PSB-MA) durante audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O partido pede a deputada perca o mandato.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
O PT acusa o deputado de quebra de decoro por ter intimidado o deputado Marcon (PT-RS) durante reunião da Comissão de Trabalho. Após Marcon ter questionado a facada desferida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018, Eduardo xingou e ameaçou o petista.
José Medeiros (PL-MT)
Processo foi apresentado pelo PT por quebra de decoro durante a sessão que comemorava o Dia da Mulher. Medeiros é acusado de intimidar a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de xingar e agredir o deputado Miguel Ângelo (PT-MG) quando este foi defender a parlamentar.
Juliana Cardoso (PT-SP)
A deputada é acusada pelo PP de quebra de decoro após ter chamado de “assassinos” os deputados que votaram a favor da urgência para o projeto do marco temporal na demarcação de terras indígenas (PL 490/07). O PP afirma que os insultos criaram um grave tumulto no plenário, o que levou a sessão a ser encerrada.
Márcio Jerry (PCdoB-MA)
Deputado foi representado pelo PL por quebra de decoro parlamentar. O partido acusa o deputado de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC) também durante audiência com Flávio Dino.
Nikolas Ferreira (PL-MG)
As bancadas do PSOL, PT, PDT, PCdoB e PSB protocolaram pedido de cassação do mandato do deputado federal por quebra de decoro parlamentar após fazer discurso considerado transfóbico.
Talíria Petrone (PSOL-RJ)
Um processo foi apresentado pelo PL (Representação 6/23) por quebra de decoro durante reunião da CPI do MST. Talíria acusou o relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), de fraudar mapas e ter relação com o garimpo. “O senhor é acusado. E olha que eu nem chamei de bandido, nem de marginal”, disse a deputada na reunião.