Isabel Bagggio defende a criação de fundos garantidores e adaptações aos novos tempos: “Crédito personalizado ensina a gerenciar”
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de cada 10 vagas de emprego criadas em 2022, oito foram de micros e pequenas empresas (MPE). Essa média é ainda maior se considerados os negócios individuais. Para tentar melhorar a vida desses pessoal, na última quarta-feira (31) foi instalada Frente Parlamentar de Apoio ao Microcrédito e às Microfinanças, presidida pelo senador Esperidião Amin (Progressistas-SC). A missão é criar mecanismos sustentáveis de acesso a pequenos montantes em um momento em que o emprego rareia e abrir um negócio próprio é a solução para a manutenção de milhares de famílias.
Para a presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), Isabel Baggio, o modelo atual ficou defasado ao longo dos últimos dezessete anos por desconsiderar as mudanças na economia. “Os limites e taxas deixaram de condizer com o mercado atual. É necessário ampliar os fundos garantidores e o acesso à tecnologia para as microfinanças orientadas. O crédito personalizado ensina as pessoas a gerenciar seus negócios, evitando endividamento e problemas sociais”, afirmou. Para ela, parte da solução passaria por facilitar o acesso a recursos de depósitos obrigatórios feitos por instituições bancárias tradicionais.
Um ponto praticamente ignorado é o atraso no acesso a um mecanismo para pequenas obras de saneamento básico e ampliação de moradia. O motivo é tão simples quanto fundamental, já que dezenas de milhares de negócios estão sediados na própria residência. “As pessoas não conseguem fazer um banheiro ou comprar uma caixa d’água com o dinheiro que ganham”, lembra Baggio.
A expectativa é que os parlamentares ajudem a criar um ambiente mais favorável. Caixa Econômica Federal (CEF) e a Abcred assinaram um convênio para facilitar o crédito às organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips). A Caixa também anunciou a reabertura de uma linha de repasse às Oscips dedicadas ao microcrédito. É um realinhamento razoável, mas dá para fazer muito mais.
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