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Indiana Jones, um ícone de todas as gerações

Confesso que ainda não vi “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, que chegou ao circuito cinematográfico na última quinta-feira. Mas tenho certeza de que deve ser fabuloso. A crítica espezinhou o quarto episódio da série (“A Caveira de Cristal”), mas eu adorei. Indiana Jones, para mim, reflete o que disse o personagem Stuart (Stephen Baldwin) no filme “Três Formas de Amar”: “Sexo, para mim é como pizza; mesmo quando é ruim, ainda é muito bom”. Peço desculpas pela frase um tanto chula. Mas é exatamente assim que me sinto em relação às peripécias do personagem vivido por Harrison Ford.

Quando garoto, me lembro ter ficado encantado pelo roteiro frenético e a sensação de estar assistindo uma espécie de montanha-russa em forma de filme. Tudo isso embalado por uma trilha sonora soberba, composta pelo maestro John Williams. Aliás, atrás das câmeras, o time era de primeiríssima linha: a direção é de Steven Spielberg; os produtores são George Lucas e Frank Marshall; e o roteiro é de Phillip Kaufman (mais tarde dirigiria épicos como “Os Eleitos” e “Henry & June”).

George Lucas disse, após o lançamento de “Os Caçadores da Arca Perdida”, que pretendia replicar o ritmo dos seriados que passavam nos cinemas entre os anos 1940 e 1950. Mas essa não foi a única inspiração. O filme “O Segredo dos Incas”, que mostra um aventureiro em busca de uma relíquia perdida no Peru, seguramente foi uma referência seguida pelos produtores – a começar pelo figurino de Indiana Jones, francamente baseado no visual do personagem Harry Steele, encarnado por Charlton Heston (veja imagem abaixo).

Harrison Ford é talvez o ator que tenha gerado mais bilheteria nos últimos cinquenta anos, quando empilhamos os ingressos vendidos nas séries Indiana Jones, Guerra nas Estrelas e Blade Runner. O primeiro exemplar desta última série, aliás, figura em minha lista dos dez filmes prediletos de todos os tempos.

Curiosamente, a carreira deste astro deve muito à interferência de um brasileiro – o pianista Sergio Mendes, radicado há décadas nos Estados Unidos e dono de uma grande propriedade em Beverly Hills. Ford havia tentado a carreira de ator nos anos 1960 e seu primeiro papel foi uma ponta em “O Ladrão Conquistador”, com James Coburn, no ano de 1966.

Entre 1967 e 1972 fez papéis pequenos no cinema e na TV. Para se sustentar, fazia alguns trabalhos como carpinteiro. E foi contratado por Mendes para fazer um estúdio de gravação na casa em Beverly Hills. Conversando com o pianista, disse que também era ator e que estava buscando uma oportunidade. Mendes, então, apresentou-o a George Lucas, que precisava de um trabalho de carpintaria. Lucas ofereceu a Ford uma ponta em “Loucuras de Verão”, rodado em 1973, e lembraria dele quando montou o elenco de “Guerra nas Estrelas”, no qual ele viveu o cínico piloto espacial Han Solo.

A carreira de Ford, depois de “Guerra nas Estrelas”, estourou. E isso trouxe algum desconforto nos sets de filmagens das sequências, já que ele recebeu cachês significativamente maiores que os de Mark Hamill e Carrie Fischer.

Ele se identificou tanto com Indiana Jones que em 1988 se candidatou e foi eleito a uma vaga do Conselho do AIA – Archaeological Institute of America. Trata-se da mais antiga e maior organização americana voltada para a atividade arqueológica. Isso é que é viver um personagem de forma intensa.

Esse, infelizmente, é o último episódio de Indiana Jones. Mas, para mim, a série poderia funcionar como a franquia James Bond – e nunca mais ter fim.

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