Psicólogo acredita que excesso de julgamentos e intuições são os obstáculos que os algoritmos superarão
Daniel Kahneman, psicólogo e ganhador do Prêmio Nobel de Economia por sua pesquisa sobre processos de escolhas de consumo acredita que a inteligência artificial (IA) irá superar os seres humanos nos processos de tomada de decisões, especialmente no campo econômico.
Em sua obra “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, Kahneman ilustra sua afirmação com uma situação hipotética: “Imagine uma tomada de decisão em que um ser humano confia em sua intuição e julgamento, enquanto do outro lado está um algoritmo. E se eles discordarem? Quem teria a palavra final? Embora seja natural acreditar que o ser humano deva decidir, a escolha seria ruim. Em última análise, é melhor optar pela decisão do robô”, explica o psicólogo considerado um dos pilares da psicoeconomia.
Durante sua participação na Febraban Tech na semana passada, Kahneman destacou que a única exceção seria quando o ser humano possui informações que a IA não dispõe. Nesse caso específico, a decisão humana seria superior.
O psicólogo enfatiza que os seres humanos frequentemente são influenciados por julgamentos e intuições, o que pode prejudicar a tomada de decisões. Por outro lado, a IA segue um caminho mais lógico, desde que abastecida com os dados que possibilitem estabelecer as melhores possibilidades.
No livro “Ruído: Uma Falha no Julgamento Humano”, escrito em colaboração com Olivier Sibony, professor de direito em Harvard, os autores abordam a presença de distorções que influenciam erroneamente os julgamentos em diversas situações do cotidiano, como médicos fornecendo diagnósticos discrepantes para um mesmo problema e analistas financeiros expressando opiniões contraditórias sobre um mesmo movimento de ações.
O que Kahneman apresenta é o inevitável. Por isso empresas e cidadãos precisam entender a lógica da IA para lidar com este avanço cheio de possibilidades desafiadoras.
O que MONEY REPORT publicou