Os impactos das propostas em votação no Congresso foram avaliados em simulações com 68 setores de atividade
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira (6), mostra que a proposta da reforma tributária em votação na Câmara dos Deputados pode impulsionar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,39% até 2032, na comparação com o cenário atual. A análise considera os ganhos paulatinos do período de transição. Em todas as simulações houve alta da produção econômica.
A nota intitulada “Propostas de reforma tributária e seus impactos: uma avaliação comparativa”, do pesquisador do Ipea João Maria de Oliveira, traz um levantamento com 68 setores de atividade nas 27 unidades da Federação e compara o resultado com dez países dos quais o Brasil mantém laços comercial.
“As propostas de reforma promovem mudança estrutural em favor de setores com cadeia produtiva mais longa, com maior efeito multiplicador e, consequentemente, com maior produtividade. Assim, além de promover crescimento econômico, a reforma alinha a economia brasileira para crescer ainda mais”, disse o pesquisador, em nota.
Também haveria melhora no saldo de emprego. “Ainda que os ganhos sejam pequenos, há aumento de emprego mais qualificado e de maior rendimento. Mas, com a mudança nos tributos, há ganhos reais na produtividade do trabalho, o que se configura como mais uma evidência de que a reforma tributária trará ganhos de alocação produtiva, pois estimula o aumento da oferta de emprego”, avalia o Ipea.
Na quarta (5), o Ipea divulgou seu relatório Visão Geral da Conjuntura, que reviu as previsões econômicas, mostrando um PIB de 2,2% em 2023, perante uma estimativa anterior de 1,4%. A estimativa para a inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,6% para 5,1%.
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