País foi rebaixado em 2018 com a crise das contas públicas
A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Isso representa uma melhoria na avaliação da capacidade do Brasil de honrar suas dívidas e indica uma redução na vulnerabilidade do país ao risco no curto prazo, embora ainda mantenha a classificação de “grau especulativo”.
A nota do Brasil foi rebaixada pela agência de risco em 2018 em meio à crise das contas publicas e pela demora da aprovação da reforma da Previdência na ocasião.
Essa atualização reflete o desempenho macroeconômico e fiscal do Brasil, que foi melhor do que o esperado nos últimos anos, impulsionado por políticas proativas e reformas. A Fitch também demonstra confiança de que o novo governo continuará trabalhando para implementar melhorias adicionais.
A posição fiscal está se deteriorando em 2023 após uma melhora anterior, mas a Fitch espera que novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma consolidação gradual. A Fitch ainda projeta que a dívida/PIB aumente, mas em um ritmo mais lento e a partir de um ponto de partida muito melhor do que o previsto anteriormente.” afirmou a Fitch Ratings.
A agência de classificação de risco destaca que o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais desde seu último rebaixamento. Ainda que o governo atual defenda um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores, a Fitch espera que haja contenção de desvios graças ao pragmatismo e aos freios e contrapesos institucionais.
O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso e enfatiza que isso não só contribuirá para um melhor balanço fiscal do governo, mas também para a redução das taxas de juros e melhoria das condições de crédito. O objetivo é criar condições propícias para ampliar os investimentos públicos e privados, gerar empregos, aumentar a renda e impulsionar a eficiência econômica, fatores essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país.
A Fitch Ratings também lista alguns dos fatores que beneficiam a nota de crédito do Brasil, como uma economia grande e diversificada, alta renda per capita, um grande mercado doméstico, reservas internacionais robustas e uma posição líquida soberana de credores externos. No entanto, há pontos negativos que limitam a classificação do país, como alta dívida do governo, rigidez fiscal, fraco potencial de crescimento econômico e governança relativamente baixa.
Por fim, é importante entender como funcionam as notas de crédito. As agências de classificação possuem uma escala com mais de 20 notas, onde quanto mais próximo do muro (nota mais alta), mais eficiente, confiável e robusta é a economia e menor é o risco de investimento. O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores menor risco de calotes. O Brasil perdeu o grau de investimento em 2015, mas agora, com a elevação da nota pela Fitch, mostra-se no caminho para recuperá-lo.