Participação do governo do Paraná na companhia diminuirá dos atuais 31,1% para 15,6%
A Copel anunciou nesta quarta-feira (26) o lançamento de uma oferta de ações que resultará na privatização da companhia elétrica atualmente controlada pelo Estado do Paraná.
O follow-on, aguardado há meses, movimentará R$ 4,3 bilhões na oferta-base, considerando o preço de referência de R$ 7,85, com base no fechamento de segunda-feira. Se o greenshoe for exercido, a oferta será elevada em 15%, totalizando R$ 4,95 bilhões.
A oferta-base será composta por 41,9% de ações primárias, que irão para o caixa da Copel. O restante será uma venda secundária pelo Estado do Paraná. No greenshoe, apenas 22,5% serão de ações primárias.
A oferta já nasce 100% coberta com base nas indicações preliminares de investidores locais e internacionais, segundo fontes a par do assunto.
Caso o montante total seja vendido, a participação do Paraná na Copel diminuirá dos atuais 31,1% para apenas 15,6%, transformando a companhia de energia em uma full corporation.
Outro grande acionista da Copel é o BNDES, que atualmente detém 24% do capital. A expectativa é que, após o follow-on, a participação do banco de fomento também seja diluída, já que não deve participar da oferta.
A parcela primária de R$ 1,9 bilhão será usada principalmente para pagar a outorga das renovações das três hidrelétricas da Copel, uma condicionante para o processo de privatização. Essas hidrelétricas, Foz do Areia, Segredo e Salto de Caxias, possuem 4,1 GW, representando 60% da capacidade de geração da companhia.
A Copel planeja pagar R$ 3,7 bilhões pelas renovações. O CEO Daniel Slaviero afirmou em entrevista recente ao Brazil Journal que a ideia é que cerca de metade desse pagamento seja feito por meio da emissão de dívidas e a outra metade com a captação do follow-on.
A alavancagem da Copel no primeiro trimestre foi de 2,5 vezes o EBITDA dos últimos doze meses.
A privatização da Copel também prevê a criação de uma ‘golden share’ nos moldes do que foi feito na Eletrobras. Essa ‘golden share’ será detida pelo Estado do Paraná e lhe dará poder de veto em alguns temas.
A oferta ainda depende da validação pelo TCU do valor da outorga da renovação das três hidrelétricas e da definição pelo TCE-PR do preço mínimo da oferta. A expectativa é que essas questões sejam concluídas até a próxima semana.
O pricing está agendado para o dia 8 de agosto, e os coordenadores são o BTG Pactual (líder), Itaú BBA, Bradesco BBI, UBS BB e Morgan Stanley.
O que MONEY REPORT publicou