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Cúpula deve evitar ponto de não retorno na Amazônia

Declaração é das ministras do Meio Ambiente do Brasil, Peru e Colômbia

O acordo a ser firmado entre os países amazônicos, ao fim da Cúpula da Amazônia, que ocorre entre terça-feira (8) e quarta-feira (9), em Belém (PA), deve incluir medidas para evitar o ponto de não retorno da maior floresta tropical do mundo. 

A declaração foi dada pelas ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e suas colegas da Colômbia, Susana Muhamad, e do Peru, Nancy Chauca Vásquez, neste domingo (6) durante os Diálogos Amazônicos, evento neste domingo (6), na capital paraense. 

O ponto de não retorno é um termo usado por especialistas para se referir ao ponto em que a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global, tendendo, então, ao processo de desertificação. 

Marina destacou que a declaração final vai ser dada pelos presidentes dos países participantes, mas que já há pontos em comum nas discussões prévias. “Para evitar o ponto de não retorno, vamos ter que trabalhar não mais individualmente, mas conjuntamente, para nos ajudar mutuamente a alcançar melhores resultados na proteção das florestas, da biodiversidade, dos povos originários, no estabelecimento de uma parceria que nos leve a um outro ciclo de prosperidade”, declarou. 

Susana Muhamad, da Colômbia, destacou a importância dos conhecimentos tradicionais nas discussões: “Estamos de acordo que o ponto de não retorno deve ser um propósito comum. E que devemos ter um suporte científico e também dos conhecimentos tradicionais. Há outro ponto é o fortalecimento da OTCA [Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, constituída por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela], como meio de encontro e a necessidade de manter a constância do trabalho político e técnico entre os governos e também as comunidades”. 

A peruana Chauca Vásquez explicou que seu país tem tentado viabilizar leis que endureçam as punições contra os crimes ambientais, porém isso depende mais dos parlamentares peruanos do que do Poder Executivo. “A Amazônia não é só uma responsabilidade do setor ambiental. Há oportunidades de geração de bionegócios, queremos e podemos fazer cadeias de valor produtivas e de serviços sustentáveis”. 

Encerrando a declaração à imprensa, Marina destacou que 75% do PIB da América do Sul está relacionado às chuvas produzidas pela Amazônia: “Sem a Amazônia, não tem como ter agricultura, não tem como ter indústria, não tem como o Brasil sequer ter vida no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porque a ciência diz que seria um deserto igual o deserto do Atacama ou do Saara”. 

(Agência Brasil)

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