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Ultraprocessados maléficos; tumores sob medida; ciberataques; ar ruim

O boletim de MONEY REPORT sobre medicina, inovação, negócios e políticas públicas
Quase 99% dos ultraprocessados têm ingredientes nocivos

Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), aponta que quase 99% dos alimentos ultraprocessados comercializados no Brasil têm alto teor de sódio, gorduras, açúcares ou aditivos para realçar cor e sabor. Esses ingredientes estão presentes na quase totalidade de biscoitos, margarinas, bolos e tortas, achocolatados, bebidas lácteas e sorvetes, além de frios e embutidos e bebidas gaseificadas como os refrigerantes. Também são encontrados em refeições prontas, pizza, lasanha, pastelaria e outras bebidas açucaradas. A pesquisa avaliou quase 10 mil alimentos e bebidas das principais redes de supermercados de São Paulo e Salvador. A professora associada do Departamento de Nutrição Aplicada e do Programa de Pós-Graduação em Alimentação da Uerj, Daniela Canella, uma das autoras do estudo, alerta para a relação do consumo desses alimentos com o desenvolvimento de doenças crônicas. A pesquisadora destacou que os resultados da pesquisa são importantes para auxiliar as políticas públicas, como a proibição de alimentos ultraprocessados em cantinas escolares e outras agendas regulatórias, como a publicidade de alimentos.

Organoides bioimpressos ajudam a tratar câncer

Um método para bioimprimir organoides tumorais em miniatura foi desenvolvido por cientistas do UCLA Jonsson Comprehensive Cancer Center, de Los Angeles. O método permitirá aos pesquisadores a identificar tratamentos personalizados para indivíduos com cânceres raros ou difíceis de tratar. A equipe de pesquisa relatou seus desenvolvimentos na Nature Communications. No Brasil, os investimentos da Invitrocue Brasil na tecnologia de organoides introduziu o Teste Onco-PDO no país para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário, o que permite que o médico escolha 8 de 60 drogas para teste e o resultado demonstrará como as células responderam em laboratório, sendo uma ferramenta de alto valor para o médico oncologista.

O que MONEY REPORT publicou

Queimadas aumentam em 23% a chance de doenças respiratórias

Além das consequências ecológicas, econômicas e sociais, a poluição decorrente das queimadas estiveram associadas com aumento de 23% em internações por doenças respiratórias no Brasil, a exemplo de bronquite, pneumonia e asma, demonstra uma pesquisa científica da Escola de Políticas Públicas e Governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPPG), em Brasília (DF). Intitulado Health impacts of wildfire-related air pollution in Brazil: a nationwide study of more than 2 million hospital admissions between 2008 and 2018, o estudo faz parte de um projeto maior que analisa a interrelação entre a poluição do ar, o clima e a saúde.

As queimadas também estão associadas a um aumento de 21% nas doenças circulatórias, como doença arterial, acidente vascular cerebral (AVC), cardiopatias, entre outras. A pesquisa também aponta que essa associação é ainda maior na região Norte do Brasil, onde está localizada grande parte do território da Floresta Amazônica. Os estados do Norte registraram um aumento de 38% nas internações por doenças respiratórias e 27% nas doenças circulatórias. No total, foram mais de 2 milhões de casos de internação analisados no país inteiro, de 2008 a 2018.

Dados desse estudo indicaram um aumento de aproximadamente 31% de chance de um beber nascer prematuro, na região Sudeste, caso a mãe tenha sido exposta a focos de queimadas. Outro artigo também identificou que o aumento de 100 focos de queimadas esteve associado com 18,55% de chance a mais de uma criança nascer com baixo peso na região Sul do Brasil. Esse estudo foi publicado na Revista Científica The Lancet.

3 soluções contra ciberataques na saúde

No início de agosto um ataque de ransomware fechou salas de emergência do Prospect Medical Group, que opera 16 hospitais e 166 clínicas ambulatoriais em Connecticut, Pensilvânia, Rhode Island e Texas. Foi preciso transferir pacientes e desligar todos os sistemas. De acordo com o Relatório de Custo de Violação de Dados de 2023 da IBM , o setor de saúde relatou as violações cada vez mais caras, com um custo médio de US$ 10,93 milhões. O problema não é só financeiro. Perder o acesso aos dados dos pacientes e às ferramentas médicas pode colocar vidas em risco. Por isso, alguns protocolos iniciais precisam ser adotados. Confira:

Cultura – Estabeleça uma mentalidade segura em todos os aspectos da jornada do paciente. Educar o pessoal sobre a importância da segurança cibernética deve se tornar uma segunda natureza para uma organização de saúde, tal como a manutenção de condições higiénicas. A educação e a formação em cibersegurança devem ser frequentes e contínuas, a fim de incutir uma cultura de segurança.

Proteção de endpoint – Um único usuário pode ter vários terminais a partir dos quais acessa e transmite informações eletrônicas de saúde. Até os próprios dispositivos médicos transmitem dados. A proteção de endpoint que prioriza a prevenção inclui uma abordagem multicamadas que abrange os seguintes recursos: antiphishing, antiransomware, antibot, desarme e reconstrução de conteúdo (CDR) e pós-detecção, remediação e resposta automatizadas. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos EUA fornece orientações práticas sobre a proteção de informações eletrônicas de saúde protegidas.

Confiança zero – Limitar o acesso aos dados de saúde permite que as organizações de saúde apliquem políticas de privilégio mínimo, nas quais concedem a menor quantidade de credenciais necessárias para as tarefas exigidas. Todos os níveis de dados devem ser acessados ​​com base na necessidade de conhecimento, a fim de reduzir o número de chances de acesso não autorizado.

Vacina brasileira contra covid entra em nova fase de testes

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início de uma nova etapa de ensaio clínico com uma candidata à vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo é financiado pela universidade, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia , pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Prefeitura de Belo Horizonte.“O objetivo dessa nova fase é obter dados adicionais de segurança e imunogenicidade utilizando-se a dose que apresentou melhor desempenho na primeira fase”, diz a nota da agência. Serão incluídos participantes saudáveis de ambos os sexos, com idade entre 18 e 85 anos, que completaram o esquema vacinal primário para a covid-19 utilizando as vacinas CoronaVac ou Covishield, tendo recebido uma ou duas doses de reforço com Covishield ou Comirnaty há pelo menos 6 meses. Os participantes poderão ter tido infecção natural prévia por covid há pelo menos 6 meses da data de inclusão.

O ensaio clínico, de acordo com a Anvisa, está sendo realizado em três centros em Belo Horizonte: na Faculdade de Medicina da UFMG, no Centro Freira de Pesquisa Clínica e no Centro Infection Control. Serão incluídos 372 voluntários e o recrutamento é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa.  O prazo para início do estudo clínico após a aprovação ética e regulatória é definido pelo patrocinador do estudo.

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