Uma delas traz a bandeira do Brasil com a frase: “Liberdade não se ganha, se toma!”
O coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército, mantinha em seu celular imagens com teor golpista e de exaltação à ditadura militar. As imagens foram obtidas pela coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, e mostram que Lawand, investigado pela CPMI do 8 de Janeiro por sugerir um golpe de Estado, tinha uma visão extremista sobre o papel das Forças Armadas na democracia.
Uma das imagens mostra um brasão com o slogan “Deus, Pátria, Família, Liberdade”, usado por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral, com um pedido de “S.O.S.” às Forças Armadas. É comum ver a mesma mensagem em atos antidemocráticos e em defesa de uma intervenção militar.
Outra imagem mostra um print do site Jusbrasil com o artigo 142 da Constituição. Bolsonaristas defendem, de forma equivocada, que o trecho autoriza as Forças Armadas a atuarem como poder moderador, o que permitiria uma intervenção militar em períodos de crise. O STF, em manifestação sobre o tema, classificou a interpretação de “terraplanismo constitucional”.
Uma terceira imagem traz a bandeira do Brasil com a frase: “Liberdade não se ganha, se toma!”. O coronel também guardava uma postagem do polemista Olavo de Carvalho em que ele afirmava que uma “democracia não pode ser instaurada por meios democráticos” e “nem pode, quando moribunda, ser salva por meios democráticos”.
Lawand também mantinha diversos prints laudatórios à ditadura militar, como capas de jornais da época. Entre elas estava uma do Correio da Manhã com a manchete: “Por causa do povo em massa nas ruas é que houve a intervenção militar”.
Outra imagem citava o general Humberto Castelo Branco, primeiro ditador do regime militar, e sugeria que a ditadura era uma alternativa melhor ao sistema democrático atual. “Castelo Branco desfilou sob aclamação do povo, em 1965. Os vermes de hoje têm que se esconder do povo e só circulam em aviões da FAB e jatos particulares às custas do povo, de quem roubam o sangue, o suor e a dignidade”, dizia o texto.
Lawand também guardava imagens com conteúdo político, como um discurso do empresário Luciano Hang a favor do bolsonarismo e a foto de uma manifestante exaltando o ex-deputado nacionalista Enéas Carneiro. “Faltam sete dias para derrotarmos o socialismo”, dizia outra imagem, com os rostos de Lula e Fernando Haddad atrás de um sinal de proibido.
Confira as fotos salvas:
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