Neste ano o valor será registrado 14 dias mais cedo, impulsionado pela inflação acumulada
O Impostômetro, painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), atinge nesta quarta-feira (30) a marca de R$ 2 trilhões em impostos. Este é o valor pago pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o início do ano. Entram na contabilidade impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e a correção monetária.
Na comparação com o ano passado, quando o patamar foi alcançado em 14 de setembro, o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo, revelou que a diferença de 14 dias se deve, em parte, à inflação acumulada durante o respectivo período.
A alta da inflação, embora tenha sido mitigada por algumas medidas de desoneração, exerceu influência direta ao aumento dos preços dos produtos e, por consequência, para arrecadação tributária. “Vale destacar que a redução temporária nos impostos sobre os combustíveis, de certa forma, amenizou o impacto do aumento geral dos preços”, avaliou Solimeo.
No entanto, Solimeo alerta para a necessidade de abordar os gastos públicos como parte fundamental da equação econômica do Brasil, a qual ainda está em expansão. “O Arcabouço Fiscal estabelece diretrizes para o aumento dos gastos. No entanto, após sua implementação é esperado que ocorram aumentos significativos na carga tributária para cumprir as metas”, explica o economista-chefe da ACSP.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto Amaral, no ano passado foi feita a desoneração dos impostos sobre os combustíveis e uma diminuição nas alíquotas de ICMS. Entretanto, em 2023, essas medidas foram revertidas, começando em maio e junho do mesmo ano. “Uma das razões para atingirmos essa marca mais cedo é o aumento na arrecadação, em comparação ao mesmo período do ano passado. Tributos significativos, como o ICMS sobre energia elétrica, tiveram um impacto substancial, especialmente após o aumento nas alíquotas”, completou Amaral.