MONEY TALKS segue repercutindo o que de mais relevante ocorreu na política brasileira. O Senado aprovou, por 43 votos a 21, na quarta-feira (27), o projeto que estabelece o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A proposta seguirá para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e deverá ser vetada. Pelo texto, os povos indígenas só poderão reivindicar a posse de áreas que ocupavam de forma permanente até 5 de outubro de 1988, quando da promulgação da Constituição. Na prática, se as comunidades não comprovarem que estavam nas terras nesta data, poderão ser expulsas. O movimento de avançar com o projeto, liderado pela bancada ruralista, contraria decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte definiu a tese do marco como ilegal. A votação no Senado foi relâmpago. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o texto no início da tarde. O projeto não estava na pauta do plenário. Diante da contradição entre Congresso e STF, o embate entre legisladores e magistrados é inevitável. Outro caso que causou rebuliço na semana terminou na exoneração, terça-feira (26), da assessora Marcelle Decothé da Silva (imagem) do Ministério da Igualdade Racial, após uma postagem em suas redes sociais na qual lançou comentários preconceituosos contra a torcida do São Paulo, no domingo (24): ““Torcida branca que não canta, descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste (sic)”. Na ocasião, Marcelle assistiu, ao lado da ministra Anielle Franco, a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo. A ministra também foi criticada por ir à capital paulista em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Horas após o ocorrido, o governo esclareceu que Anielle e assessoria foram ao estádio assinar uma ação para combater o racismo no esporte. Participaram editor-chefe André Vargas e os editores Lorena Giron e Rodrigo Dias.