Em entrevista exclusiva a MONEY REPORT, o empresário Marco Stefanini, CEO da Stefanini, uma das maiores empresas brasileiras da área de Tecnologia da Informação, fala sobre o peso do Estado na economia.
A chamada agenda liberal é pautada por uma redução do tamanho do estado, pela queda da carga tributária e diminuição da burocracia. Qual destes pontos é mais importante para você?
O principal seria termos um Estado adequado. Não gosto muito de falar “Estado mínimo”, pois as pessoas assustam e entendem que haveria uma liberdade excessiva. O grande câncer do Brasil é o tamanho da burocracia estatal – muito dinheiro na mão, muita intermediação. Isso é catastrófico.
Que problemas a interferência do estado trouxe para o seu setor?
Não somos um setor regulado. O Estado atrapalha indiretamente, como acontece com a questão trabalhista.
Como reduzir os juros num ambiente em que os gastos públicos somente crescem?
Acho que, neste caso, eu tenho um pouco de dúvida se apenas o estado grande leva a uma alta de juros, pois há uma necessidade crescente de captação de recursos. Para mim, é uma combinação de necessidade de capital com uma mentalidade de que se consolidou de que juro alto é uma ferramenta totalmente eficaz de combate à inflação. Nossos juros reais estão acima de 4% — me diga que país tem uma taxa real como esta?
O que esperar de um candidato a presidente para 2018?
Ter bom senso. E que tenha uma agenda liberal – um Estado adequado, com juros alinhados aos patamares mundiais. É preciso também coragem para realizar as reformas. E tem de fazer isso logo no início do governo. Com o tempo, vai passando desgaste e os governos vão perdendo a força.