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Petróleo dispara com o conflito entre Israel e palestinos

O petróleo bruto Brent subiu US$ 3,37, ou 4%

Os preços do petróleo atingiram a marca de US$ 89 por barril no mercado futuro e registraram um aumento de quase 4% nesta segunda-feira (9). Esse aumento foi impulsionado pelos crescentes conflitos em Israel e Gaza, que resultaram em um trágico saldo de pelo menos 700 mortes em Israel e 500 na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

A crise regional teve origem em ataques coordenados pelo Hamas contra civis israelenses, o que levou o governo israelense a impor um cerco total à Faixa de Gaza.

Ascensão dos preços

O preço do petróleo bruto Brent subiu US$ 3,37, equivalente a 4%, alcançando US$ 87,96 por barril às 9h30 (horário de Brasília), enquanto o petróleo bruto dos EUA (WTI) estava cotado a US$ 86,25 por barril, registrando um aumento de 4,18%. Ambos os valores de referência tiveram um acréscimo de mais de 4 dólares por barril no início da sessão.

Esse aumento nos preços do petróleo reverteu a tendência de queda da semana passada, que foi a maior queda semanal desde março. Naquela ocasião, o Brent caiu cerca de 11% e o WTI recuou mais de 8%, devido a preocupações com a demanda global, intensificadas por perspectivas macroeconômicas sombrias.

Embora o equilíbrio entre a oferta e a demanda não tenha sido afetado, Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM, observou que “qualquer aumento na tensão no Oriente Médio geralmente resulta em um aumento nos preços do petróleo, e desta vez não é diferente”.

Esse aumento ocorre após a recuperação dos preços na sexta-feira, impulsionada por dados positivos da economia americana, que haviam elevado o Brent para cerca de US$ 85.



Repercussões internacionais

As implicações dessa escalada de violência na região ainda são incertas. A Arábia Saudita, que vinha mantendo negociações diplomáticas com Israel, condenou os ataques, mas também mencionou as ocupações israelenses na Palestina como um fator contribuinte para a situação.

Além disso, há a alegação de que a Guarda Revolucionária Iraniana (GRI) pode ter participado do planejamento dos ataques, embora o governo iraniano tenha negado essa acusação.

Resposta de Israel

Em resposta aos ataques, o governo liderado por Benjamin Netanyahu anunciou a implementação de um cerco total em Gaza, com o envio de tropas terrestres e bombardeios em retaliação ao Hamas.

Além disso, Israel determinou a interrupção da produção no campo de gás natural de Tamar, operado pela Chevron no Mediterrâneo.

Posicionamento do Brasil e Petrobras

O presidente Lula condenou os “ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel” e o Brasil, que assumiu a Presidência do Conselho de Segurança da ONU neste mês, convocará uma reunião emergencial para discutir a situação. O Itamaraty emitiu uma nota afirmando que “não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis”.

Quanto à Petrobras, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, acredita que a política de preços da empresa vai ajudar a “mitigar” possíveis impactos do conflito no Oriente Médio. Ele expressou essa opinião em um evento no Rio, enfatizando que a política atual de preços da Petrobras deve ser eficaz nesse sentido.

Situação do diesel e exportações da Rússia

No que diz respeito ao diesel, a Rússia anunciou a retomada das exportações, 15 dias após impor restrições às vendas para outros países, em uma tentativa de estabilizar seu mercado interno, que enfrenta escassez e inflação nos combustíveis. Essa decisão deve beneficiar o mercado brasileiro, uma vez que a Rússia se tornou a principal fonte de importações de diesel para o Brasil, superando os Estados Unidos.

É importante notar que o imposto federal sobre o diesel havia sido zerado na semana anterior, com o término do prazo da MP 1175, que instituiu um programa de renovação da frota de veículos e estabeleceu uma cobrança de 14 centavos por litro do combustível a partir de setembro. Se não houver mudanças legislativas, esse imposto voltará a ser cobrado em janeiro de 2024, de acordo com o Ministério da Fazenda.

Perspectivas da OPEP e OPEP+

A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prevê que a demanda global por petróleo em 2045 atingirá 116 milhões de barris por dia, representando uma revisão para cima em relação às previsões anteriores para 2022. A organização também enfatiza a resistência contra medidas de descarbonização e projeta a necessidade de investimentos de US$ 14 trilhões na indústria do petróleo até 2045 para garantir o suprimento (Reportagem da Reuters).

Por fim, o grupo ampliado da OPEP, que inclui a Rússia (OPEP+), planeja estender os cortes na produção de petróleo até 2024.

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