Empresa assinou contrato com a armadora Asyad para adoção de velas rotativas em um de seus Valemax. Testes começarão a partir de abril
A Vale informou nesta quarta-feira (8) que assinou um contrato com a armadora Asyad, de Omã, para a implantação de velas rotativas em um de seus Valemax, classe de graneleiros projetados para transportar grandes quantidades de minério. O Sohar Max é o maior deles, com 362 metros de comprimento, 65 metros de largura e capacidade para 400 mil toneladas. A expectativa é de que a adaptação no navio Sohar Max seja concluída no segundo trimestre de 2024 para o início do período de testes.
Em nota, a empresa diz que a tecnologia, desenvolvida pelo fabricante inglês Anemoi, utiliza propulsão a vento para proporcionar ganhos de eficiência energética e redução de emissões.
Segundo a Vale, os cinco rotores cilíndricos instalados no convés terão cerca de 35 metros de altura e 5 metros de diâmetro (conforme ilustração), o que representa o dobro da área de vela dos rotores utilizados no Guaibamax (capacidade de 325 mil toneladas). Com isso, permitirão ganhos de eficiência de até 6% e uma consequente redução de até 3 mil toneladas de CO2 equivalente por navio por ano.
“A instalação de velas rotativas no Sohar Max é o sexto e último acordo previsto com a Asyad para a implantação de pilotos de tecnologias inovadoras em quatro navios fretados pela Vale”, informa.
Os projetos anteriores incluíram o uso de tinta de silicone para redução de resistência, a instalação de inversores de frequência para redução de consumo elétrico e uso de dispositivos hidrodinâmicos para melhoria na propulsão. Foram instalados sistemas de coleta de dados em tempo real em todos os navios para monitoramento das tecnologias.
A empresa lembra que estas ações para incorporar tecnologias de ponta na navegação fazem parte do programa Ecoshipping, iniciativa de pesquisa e desenvolvimento criada pela área de navegação da Vale para reduzir suas emissões de carbono, de acordo com as metas definidas pela Organização Marítima Internacional (IMO).
“A energia eólica terá um papel central na estratégia de descarbonização do transporte marítimo de minério de ferro”, afirma o gerente de Engenharia Naval da Vale, Rodrigo Bermelho, na nota.