Banco Central elogiou concessões, redução das estimativas de perdas com crédito e gradual flexibilização monetária, apesar do 1º semestre sofrível
O Banco Central do Brasil (BC) divulgou nesta quinta-feira (09/11) seu Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre de 2023. O BC considera que não há risco relevante para a estabilidade financeira e que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) permanece com níveis de capitalização e liquidez confortáveis, com provisões adequadas ao nível de perdas esperadas. Nos testes de estresse de capital e de liquidez preparados pelo corpo técnico da instituição foi demonstrada robustez do sistema bancário, afirmou o diretor de Fiscalização do BC, Ailton Aquino dos Santos (imagem).
Apesar da estabilidade, há preocupações. De acordo com nota do BC, o “financiamento à economia real permaneceu desacelerando, em linha com o ciclo de política monetária e com a percepção de risco de crédito”. O endividamento das famílias e as taxas de juros elevadas contribuíram “para a continuidade da desaceleração do crédito às Pessoas Físicas”. E segue: “No caso das Pessoas Jurídicas, a carteira bancária cresce a taxas cada vez menores em todos os recortes, com destaque para a redução no crédito a grandes empresas. Para essas companhias, o mercado de capitais se mantém como fonte relevante de financiamento.”
O BC pede cautela, já que as instituições financeiras reduziram o apetite ao risco enquanto os critérios de concessão de crédito se mantiverem restritivos “em função das perdas recentes”. Sobre as empresas, o BC “não se percebe alteração importante na estimativa de qualidade das concessões, o que demanda atenção dada a pressão sobre a capacidade de pagamento de micro, pequenas e médias empresas. O elevado endividamento continua se manifestando na materialização de risco de crédito”. Conforme percebido, houve uma piora da rentabilidade no semestre, mesmo assim as perspectivas são positivas.
O BC destaca que a expectativa é positiva para os próximos trimestres “em razão da qualidade das novas concessões, da redução das estimativas de perdas com crédito e da gradual flexibilização monetária”.
