Governo tenta estabilizar endividamento através do novo arcabouço fiscal
A dívida bruta do Brasil deve crescer nos próximos anos e atingir 88,4% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2029. Atualmente o índice está em 75,7%. O dado é da consultoria Tendências e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A dívida brasileira atingiu seu maior número até o momento em 2020 (86,9%), no auge da pandemia, quando os gastos públicos cresceram de maneira exponencial. A média é maior que de outros países emergentes, que possuem uma dívida bruta de 57,7% do PIB. Segundo analistas da Tendências, para que o País consiga melhorar o endividamento, é necessário um superávit primário, com um saldo na faixa de 1,5% a 2% do PIB.
O Ministério da Fazenda pretende estabilizar a dívida até 2026 através do novo arcabouço fiscal. O resultado previsto pelo governo para 2024 é de resultado primário zero e um superávit de 1% em 2026. Uma das medidas previstas para alcançar as metas estabelecidas é ampliar as receitas em R$ 168,5 bilhões, através da taxação de investimentos em paraísos fiscais, da mudança de tributação dos fundos exclusivos e das apostas esportivas. No entanto, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o resultado previsto dificilmente será alcançado e o País deve fechar o próximo ano com um déficit entre 0,25% e 0,5% do PIB.