Taxa ainda é uma das mais altas da última década
O Brasil registrou queda de 8% nas emissões de gases de efeito estufa em 2022, de acordo com dados do relatório “Sistema de Estimativas de Emissões de Gases do Efeito Estufa do Observatório do Clima”, o SEEG. A redução foi impulsionada pela queda no desmatamento da Amazônia e pelo aumento das chuvas.
O relatório, divulgado nesta quinta-feira (23), aponta que as emissões brasileiras totalizaram 2,1 bilhões de toneladas de CO2 equivalente em 2022. Esse valor é o terceiro maior registrado desde 2005, mas ainda é inferior ao de 2019, quando o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de CO2 equivalente.
A redução de 11% no desmatamento da Amazônia foi o principal fator que contribuiu para a queda nas emissões. O setor de mudanças do uso da terra, que inclui o desmatamento, foi responsável por 48% das emissões brasileiras em 2022, contra 52% em 2021.
O aumento das chuvas também teve um papel importante na redução das emissões. As condições climáticas favoráveis para a geração de energia hidrelétrica levaram a uma diminuição de 5% nas emissões do setor energético.
Apesar da queda nas emissões, o Brasil ainda é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Para cumprir a meta de redução estabelecida no Acordo de Paris, o país precisa reduzir as emissões provenientes do desmatamento da Amazônia em 49% até 2025.
“O que os dados do SEEG mostram é que há muito espaço para aumento da ambição climática do Brasil. E, se o governo estiver falando sério sobre ser o grande defensor da meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima da média pré-industrial, terá de aumentar a ambição da NDC atual já para 2030, como todos os grandes emissores precisam fazer”, afirma David Tsai, coordenador do SEEG.
