Plataforma fullcommerce foi impulsionada pelo portfólio de grandes clientes e pela infraestrutura logística da Luft
A Black Friday de 2023 foi a segunda pior desde 2010, quando a data entrou para o calendário do varejo brasileiro. Houve queda de 15% em relação a 2022, com faturamento de R$ 4,9 bilhões, apontou a empresa de monitoramento Neotrust. Já o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) mostrou que as vendas no fim de semana entre 24 a 26 de novembro registraram uma alta anual tímida de 1,5%. O levantamento da empresa de maquininhas registrou que no e-commerce o faturamento cresceu 10,9%, enquanto nas lojas físicas houve elevação irrisória de 0,4%.
Felizmente os resultados não foram desanimadores para todos. Se houve quem se deu bem foram as grandes marcas, que atuaram no B2C, concorrendo diretamente com as grandes varejistas. E junto veio quem os atendeu. É caso da Selia Fullcommerce, que registrou crescimento de 435% no volume bruto de mercadoria (GMV, na sigla em inglês), 274% na receita, 215% no total de pedidos e 203% no ticket médio. Entre a sexta-feira (24) e o domingo (26), a empresa processou 40 mil encomendas e manuseou 240 mil peças em seus 20 centros de distribuição.
Quem conta o que levou a este desempenho é o CEO Ângelo Vicente (imagem), que faz questão de deixar claro que tudo se deveu ao planejamento em parceria com clientes que atuam no B2C. “Grandes multinacionais fizeram promoções mais agressivas”, diz. Mas as coisas só andaram direito entre o clique da compra até a entrega por causa dos estoques calibrados antecipadamente.
Marcas de eletrônicos, vestuário e perfumaria em sua maioria, esses clientes ganharam desempenho na entrega graças à base logística proporcionada pela integração com a Luft Solutions (operadora da Luft Logistics especializada em e-commerce e varejo). Tanto que Vicente acredita que na Black Friday de 2024 a performance se manterá em alta.
Esse ganho de escala se traduziu em elevação de 230% no ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2023, indicando que a Selia avançou de forma sólida. “Temos um pipeline agressivo e aproveitamos vácuos deixados pelos concorrentes”, explicou.
“Somos o grande player a ser batido”, destaca Vicente, citando que 99% dos pedidos foram despachados em 48 horas, um salto de 25% sobre o ano anterior. “O crescimento exponencial nos canais de D2C [direto ao consumidor], apesar de grandes varejistas terem relatado vendas fracas, reforça nosso modelo. A eficiência na entrega é muito importantes para fidelizar o consumidor. Estratégias como cashback prometem um dezembro lucrativo para muitas marcas”, destaca Regis Luzini, diretor comercial da Selia.
