A campanha eleitoral de apenas 45 dias e sem financiamento privado deve beneficiar candidatos com melhor estrutura partidária. A avaliação é da Arko Advice, empresa de análise política, que cita o tempo na TV, a força nos estados e o dinheiro dos fundos partidário e eleitoral como outros fatores que serão decisivos na disputa. A Arko acredita que o número de candidaturas competitivas aponta para uma definição em dois turnos, que deve ser disputado entre um candidato de direita ou centro-direita e um de esquerda ou centro-esquerda.
O Sudeste e Nordeste serão as regiões mais visadas pelos presidenciáveis em função do grande número de eleitores que concentram. Juntas, as duas somam mais de 102 milhões dos 146 milhões de brasileiros aptos a votar. Ou seja, mais de 70% do eleitorado. “Outra região importante para os presidenciáveis é o Sul, que tem praticamente o mesmo número de eleitores do Norte e do Centro-Oeste juntos. Somado ao Sudeste, o Sul concentra mais de 57% do eleitorado”, observa o relatório.
Para a Arko, um desafio dos candidatos ao Palácio do Planalto será reduzir a chamada alienação eleitoral – a soma da abstenção (eleitor que não comparece no dia da votação), dos votos em branco e dos votos nulos. O percentual voltou a crescer nas últimas três eleições presidenciais, ficando perto de 30%. “Não bastasse o baixo interesse de uma parcela importante do eleitorado por política, o que leva muitos eleitores a não comparecer no dia da votação ou então a votar em branco ou nulo, a desilusão com a política – decorrente dos escândalos de corrupção revelados pelas investigações da Operação Lava Jato desde 2013 – é outro fator que pode levar a uma alienação eleitoral recorde no pleito deste ano”, afirma o relatório.