Este ano de 2023 foi marcado pela retomada de discussões antigas, que muitos julgavam extintas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande patrocinador deste retrocesso ideológico, falando mal de empresários, criticando o capitalismo e não dando o devido valor a problemas econômicos como a inflação. Por isso, talvez o presidente precise conhecer um livro bem fininho, chamado “As Seis Lições”, de autoria do economista austríaco Ludwig Von Mises (imagem). Sabe-se que Lula prefere aprender ouvindo do que lendo. Não há problema: há uma versão da obra no formato audiolivro (gratuito na Amazon, por sinal).
Trata-se do resumo de uma série de palestras feitas por Mises na Universidade de Buenos Aires em 1959. Apesar de ser um conteúdo produzido há mais de sessenta anos, o texto é extremamente atual e poderia – se consultado – tirar alguns preconceitos típicos dos líderes esquerdistas se fosse lido pelo presidente brasileiro.
Vamos a um resumo curtíssimo das chamadas seis lições que estão no livro:
PRIMEIRA LIÇÃO: O CAPITALISMO – O primeiro ensinamento de Mises é simples. Quem determina o preço de uma mercadoria ou de um serviço, em uma economia de livre mercado, não é o empresário e sim o consumidor. Essa é a verdadeira força motriz do sistema, que só funciona com uma massa significativa de consumidores.
SEGUNDA LIÇÃO: A LUTA DE CLASSES – Para Mises, o conceito de luta de classes é inadequado, pois capitalistas fornecem renda aos trabalhadores – e esses trabalhadores utilizarão seus recursos financeiros para consumir. Portanto, para que uma empresa prospere e cresça precisa de um mercado consumidor cada vez mais amplo. Isso só será possível em um sistema que amplie sistematicamente o consumo.
TERCEIRA LIÇÃO: O INTERVENCIONISMO – Mises critica a intervenção nas economias, basicamente porque os governos que interferem exageradamente na economia forçam empresários a agir de forma diferente da qual agiriam se as regras fosses menos rígidas. Com isso, dificilmente conseguem cumprir com as exigências do mercado consumidor, pois estão mais preocupados a atender aos padrões exigidos pelo Estado.
QUARTA LIÇÃO: A INFLAÇÃO – Quando se aumenta a emissão de moeda, os indivíduos passam a ter mais dinheiro – mas se a oferta não crescer proporcionalmente, os preços irão subir. A única forma de conter a alta dos preços é limitar os gastos públicos para não emitir mais papel moeda do que o necessário.
QUINTA LIÇÃO: O CAPITAL ESTRANGEIRO – Nos países em desenvolvimento, há sempre um nível de poupança interno inferior às necessidades de investimento da nação. Por isso, é necessário que empresas estrangeiras invistam nesses países. Qualquer restrição neste sentido é uma “barreira ao desenvolvimento”.
SEXTA LIÇÃO: POLÍTICA E IDEIAS – Mises, muito pessimista nesse tópico, acreditava que os governos sempre seguiam o mesmo padrão: eram dominados por grupos de interesses que, pensando apenas em si mesmos, acabavam desprezando o resto da população. E que seriam poucos os políticos que se dedicavam realmente à defesa do bem comum. Isso, por acaso soa familiar?
Essas lições poderiam ser valiosas para qualquer governante, qualquer que seja o viés ideológico. Mas, no caso, de Lula, que resgatou algumas palavras de ordem de anos atrás, as palavras de Mises são preciosas. O futuro de nosso país teria perspectivas bem melhores se o presidente gastasse algumas horas de seu tempo lendo essa obra épica.
(Volto a escrever no dia 9 de janeiro; até lá, os editores de MONEY REPORT farão uma seleção de artigos publicados por mim ao longo dos últimos meses)
Uma resposta
O OBJETIVO DO DILMO E DESTRUIR O PAIS. ELE TEM ODIO DOS BRASILEIROS.
QUEM DISSE QUE O LULA QUER O BEM DA NAÇÃO???