Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – Coordenador da campanha de Ciro Gomes à Presidência, o ex-governador Cid Gomes afirmou nesta sexta-feira, na chegada à convenção do PDT que vai confirmar a candidatura de seu irmão, que não fala sobre “possibilidades”, ao ser questionado sobre a adesão do blocão ao tucano Geraldo Alckmin, mas minimizou o impacto ao dizer que a estratégia sempre foi buscar alianças “progressistas”.
“Não posso, não devo falar sobre possibilidades, o dia que tiver uma coisa acertada eu falo”, afirmou Cid ao chegar à convenção. “A gente sempre teve muito claramente definida nossa estratégia que é buscar o apoio do PSB, dos partidos progressistas e pensar em governar o Brasil”, acrescentou.
Na quinta-feira, o blocão, formado por DEM, PR, PRB, Solidariedade e PP, decidiu, em uma série de reuniões, fechar o apoio ao candidato tucano, em uma reviravolta causada por um contra-ataque do PSDB, mas também pela entrada no grupo do PR que, depois de desistir de aliança com Jair Bolsonaro (PSL), dava preferência ao tucano.
Cid confirmou que o partido continua esperando uma aliança com o PSB que, segundo ele, seria mais alinhada com o perfil de Ciro.
“Daria moldura à candidatura do Ciro, aquela que ele gostaria de ter, de um candidato progressista, um candidato popular, que trabalha pelo povo brasileiro de fato. Qualquer partido, que seja do arco progressista ou não, que se disponha a apoiar esses princípios será bem-vindo”, afirmou.
Cid defendeu o irmão candidato das principais razões apontadas pelo blocão para desistir da aliança: a dificuldade de controlar a língua e questões econômicas divergentes.
“Sinceramente acho que o povo brasileiro não tolera mais a falsidade, o discurso da promessa fácil. O Ciro tem tido uma postura franca e sincera e às vezes isso desagrada alguns. Mas Ciro continua do jeito que é: franco, sincero e apaixonado por resolver os problemas do país”, defendeu.