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Trump nega erro no caso de modelo e diz que gravação de advogado é “talvez ilegal”

Por David Brunnstrom

WASHINGTON (Reuters) – O presidente norte-americano, Donald Trump, negou neste sábado ter cometido qualquer erro um dia depois da divulgação de que seu antigo advogado havia gravado ambos discutindo a compra dos direitos da biografia de uma mulher que diz ter tido um caso com Trump.

    O presidente disse que um advogado gravar o próprio cliente fosse “talvez ilegal”.

“Inconcebível que o governo invadiria o escritório de um advogado quase sem ser notado”, disse Trump no Twitter, em aparente referência à operação do FBI no escritório de seu antigo advogado Michael Cohen, em abril.

    “Ainda mais inconcebível que um advogado grave um cliente: totalmente desconhecido e talvez ilegal. A boa notícia é que seu presidente favorito não fez nada de errado!”, concluiu Trump.

    O ex-advogado pessoal de Trump Michael Cohen gravou uma conversa com Trump dois meses antes da eleição de 2016 em que eles discutiam comprar os direitos da biografia de uma ex-modelo da revista Playboy que afirmou ter tido um caso com Trump, afirmou na sexta-feira um dos advogados do presidente.

    O advogado Rudy Giuliani afirmou que não houve dinheiro de campanha envolvido na discussão entre Trump e Cohen, que se distanciou do presidente nos últimos meses devido às investigações do FBI sobre os negócios do advogado. Se dinheiro da campanha foi usado, especialistas dizem que pode ser uma violação da lei eleitoral.

    Antes da eleição, a campanha de Trump negou ter conhecimento do pagamento à ex-modelo, Karen McDougal, mas a gravação da conversa derrubaria essa versão.

    A existência do áudio foi reportada pelo jornal The New York Times, que disse que Trump e Cohen discutiram um potencial pagamento a McDougal.

    Giuliani confirmou à Reuters a existência da conversa e disse que ela aconteceu em setembro de 2016, mas afirmou que envolvia o reembolso da empresa dona do tabloide National Enquirer pelos direitos da biografia da modelo. Os pagamentos nunca foram feitos, de acordo com ele.

    Giuliani também negou que Trump tenha tido um caso com McDougal. Ele afirmou que a gravação mostra que Trump deixa claro que, se fosse feito um pagamento, deveria ser por cheque, para que pudesse ser facilmente rastreado.

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