SÃO PAULO (Reuters) – Os economistas de instituições financeiras reduziram a estimativa para a inflação deste ano, ao mesmo tempo em que elevaram a projeção para a taxa de câmbio no fim do ano que vem, mostra pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
A projeção de alta do IPCA chegou agora a 4,11 por cento em 2018, ante 4,15 por cento na semana anterior, com a conta para 2019 sendo mantida em 4,10 por cento.
Nos cinco dias anteriores ao fechamento da pesquisa, os economistas de mercado passaram a esperar um pouco mais de inflação para 2021, fim do horizonte relevante da política do Banco Central, a 3,98 por cento, ante 3,75 por cento anteriormente, segundo mediana de 74 respostas.
A atualização contraria expectativa do BC, que na semana passada chamou atenção para a convergência das expectativas do mercado para o centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2021, em 3,75 por cento, após resposta de 33 analistas.
A taxa de câmbio, estimada em 3,68 para 2019 reais na pesquisa da semana anterior, passou a ser projetada em 3,70 reais, mostra a pesquisa, mesmo patamar que o dólar terminará este ano de acordo com os analistas consultados pelo BC.
O centro da meta de inflação para este ano é de 4,5 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento, ambos com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Sobre a atividade econômica, o cenário de retomada foi mantido pelos economistas até o ano de 2021, com uma expansão de 1,5 por cento do PIB neste ano, subindo para 2,50 por cento nos anos de 2019, 2020 e 2021.
MENOS INFLAÇÃO
Ultrapassados os principais impactos na economia da greve dos caminhoneiros no fim de maio e com o IPCA-15 de julho mais fraco que o esperado, o mercado passou a ser mais otimista sobre o comportamento dos preços no curto e médio prazo, com atualizações de última hora elevando as projeções para 2021.
Segundo o chamado Top-5, grupo que reúne os que mais acertam as previsões, o IPCA de julho deve terminar em 0,29 por cento, ante previsão anterior de 0,39 por cento, levando o índice de referência de preços da meta de inflação a terminar o ano em 3,94 por cento e não superar os 4 por cento até 2021.
As expectativas para a taxa básica de juros, por sua vez, não sofreram alterações. A visão dos economistas é de que a Selic terminará este ano a 6,5 por cento e 2019 a 8 por cento.