Boletim de MR sobre medicina, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Uso de antidepressivos cresceu 37% em 2023
A Vidalink, companhia de benefícios de bem-estar corporativo, mapeou entre 250 empresas um aumento de 37% na aquisição de antidepressivos no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. Entre os quatro medicamentos mais demandados estão Cloridrato de venlafaxina, Oxalato de Escitalopram, Cloridrato de trazodona e Cloridrato de Sertralina. O Brasil possui o terceiro pior índice de saúde mental do mundo, conforme dados do relatório global anual Estado Mental do Mundo 2022. Especificamente sobre depressão, o país também prevalece com a maior quantidade de pessoas diagnosticadas com a doença na América Latina, segundo estudo conduzido por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Chile e publicado no The Lancet. Os dados apontam que cerca de 12% das pessoas na América Latina apresentarão quadros depressivos ao longo da vida, enquanto no Brasil esse volume chega a 17%.
Rio volta a ter 70% de cobertura básica de saúde
O município do Rio de Janeiro retomou a marca de 70% de cobertura da população pela Atenção Primária à Saúde com a incorporação, nesta sexta-feira (19), de 218 médicos para a Saúde da Família, vinculados ao Programa Mais Médicos do governo federal. Segundo a prefeitura, essa cobertura de 70% havia sido atingida pela primeira vez em 2016 e vem sendo retomada com a reestruturação da rede municipal desde 2021, após o período em que a atenção primária caiu para 46%, entre 2017 e 2020.
Governo investiu mais de R$ 350 milhões em pesquisas
O Ministério da Saúde investiu cerca de R$ 353 milhões em projetos de pesquisa no ano de 2023. Com isso, foram contratados mais de 300 projetos relacionados a temáticas importantes para a ciência e o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de quatro chamadas públicas. Além disso, no final do ano passado, o ministério anunciou um investimento de R$ 160 milhões para a nova edição do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) em 2024. O valor representa o maior aporte já feito no programa nos últimos 20 anos. O investimento feito pela pasta em 2023 nas chamadas públicas é seis vezes maior do que o foi destinado em 2022, ano em que os recursos foram da ordem de R$ 55,6 milhões.
Brasil recebe primeiras doses de vacina contra dengue
O Ministério da Saúde informou neste domingo (21) que chegaram ao País as primeiras 750 mil doses da vacina contra a dengue. O público prioritário nesta primeira fase da vacinação serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
No total, o governo adquiriu 5,2 milhões de doses do imunizante Qdenga, que vão ser entregues até novembro. As doses serão entregues para municípios com mais de 100 mil habitantes e alta transmissão da doença. A vacinação ocorre em um momento de aumento da doença em oito estados e no Distrito Federal.
A capital federal já registrou 5.163 casos de dengue nas duas primeiras semanas de 2024. Fica atrás apenas de Minas Gerais (10.816), São Paulo (6.516) e Paraná (5.517), Estados bem mais populosos que o DF. No entanto, Brasília lidera em número de infecções a cada 100 mil habitantes: 183. É 10 vezes a média do país (18). O Distrito Federal tem também a maior quantidade de hospitalizações pela doença: 344, quase 1/4 do total (1.468) de internações no Brasil em 2024.
Pesquisa estuda efeitos a longo prazo da covid em crianças
Pesquisadores do Hospital Pediátrico de Filadélfia (CHOP), nos Estados Unidos, estão estudando vacinação contra o SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, e suas proteções a longo prazo. A vacinação, de acordo com os ciêntistas, tem um efeito mais forte nos adolescentes, que têm um risco maior de desenvolver sintomas pós-covid ou na covid longa do que as crianças pequenas. Apesar da gravidade geral da doença ter sido menor em crianças do que em adultos, o peso dos sintomas pós-covid tem sido difícil de descrever devido a diversidade de sintomas. Alguns sintomas incluem nevoeiro cerebral, dispneia, disfunção gastrointestinal, dor generalizada e fadiga, enquanto outros são mais graves, como reação inflamatória ou problemas cardíacos.
Cerveja pode prevenir Alzheimer
A indústria farmacêutica tem dedicado significativos investimentos no desenvolvimento de diversos medicamentos para combater o Alzheimer. Contudo, surpreendentemente, a ciência revelou que a cerveja pode desempenhar um papel fundamental na prevenção dessa doença. Pesquisadores da Universidade de Milano-Bicocca, na Itália, recentemente constataram que os extratos das flores de lúpulo, um composto presente nessa bebida, podem contribuir para a proteção da função cognitiva, retardando assim o surgimento de distúrbios cerebrais. O lúpulo desempenha tradicionalmente o papel de agente estabilizador em diversas variedades de cerveja. No contexto deste estudo, pesquisadores investigaram quatro tipos comuns de extratos de flores de lúpulo para avaliar seu potencial na prevenção da aglomeração de proteínas cerebrais associadas à doença de Alzheimer. Os resultados indicaram que esses extratos foram capazes de impedir a formação de aglomerados de proteínas beta amiloides ao redor das células. Além disso, o lúpulo apresenta propriedades antioxidantes que se presume protegerem as células do corpo. Os extratos de lúpulo na cerveja também desencadearam um processo de renovação conhecido como vias autofágicas, no qual o corpo decompõe e reutiliza partes de células antigas para otimizar a eficiência.
Estados mais ricos registram menos mortes por doenças cardiovasculares
Estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) apontou que as áreas mais ricas do País tiveram uma taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares menor que outros locais mais pobres.
O Distrito Federal e os estados da região Sul tiveram uma queda de 50%, enquanto Bahia e Sergipe tiveram uma queda de apenas 7% e Acre, Paraíba, Piauí e Maranhão tiveram uma piora nos índices. Para chegar ao resultado, os pesquisadores cruzaram o número de mortes com o índice sociodemográfico. Os autores do estudo avaliam que a melhora na taxa está relacionada a um maior acesso da população aos serviços de saúde.
Coronavírus foi registrado nos EUA antes de divulgação na China
A sequência genética da Covid-19 foi enviado pela Dra Lili Ren, do Instituto de Biologia de Patógenos da Academia Chinesa de Ciências Médicas e da Peking Union Medical College, ao banco de dados do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) no dia 28 de dezembro de 2019, duas semanas antes que o governo chinês divulgasse.
Os dados estavam incompletos e não tinham as informações necessárias para que fosse publicada. A sequência só seria publicado no GenBank no dia 12 de janeiro. A informação contradiz o comunicado do governo chinês, que afirmou que o agente causador da covid só foi identificado em janeiro de 2020 e foi responsável pelo atraso no desenvolvimento de uma vacina contra a doença.