Segundo MIT, em 77% dos casos, a mão de obra humana ainda é mais barata do que o trabalho automatizado
Uma pesquisa do MIT (Massachusetts Institute of Technology) indica que apenas 23% dos postos de trabalho serão afetados pela inteligência artificial (IA) nos próximos anos. A razão para isso é o preço elevado dos sistemas de IA, que ainda são muito caros para a maioria das empresas.
O estudo, liderado por Maja Svanberg, analisou 800 ocupações nos Estados Unidos e concluiu que, em 77% dos casos, a mão de obra humana ainda é mais barata do que o trabalho automatizado feito por ferramentas de IA.
“Historicamente, automação e tecnologia da informação tendem a afetar tarefas rotineiras, mas uma das coisas que distingue a inteligência artificial é a sua habilidade para impactar trabalhos altamente qualificados. O resultado dessa combinação é que as economias avançadas enfrentarão os maiores riscos da IA comparados aos mercados emergentes e às economias em desenvolvimento”, diz o texto.
Os setores da economia aonde a IA terá um impacto mais significativo são o varejo, o transporte e os cuidados com a saúde. Já a construção civil, a mineração e o mercado imobiliário aparecem como setores com menor potencial.
Os autores da pesquisa citam um exemplo hipotético de uma padaria pequena, com 5 padeiros que ganham US$ 48 mil por ano cada um. Um sistema de inteligência artificial que faça pão requer câmeras e ferramentas para checar as condições da farinha, mas tem o potencial de economizar US$ 14 mil com a automatização das tarefas. É um valor baixo, o que torna a contratação de trabalhadores humanos mais vantajosa para a empresa.
O alto investimento freia a implantação de IA na grande maioria das empresas norte-americanas. Mesmo em empresas com 5 mil funcionários, esse custo só é vantajoso em 1/10 das tarefas que requerem análise visual.
Outra pesquisa feita pela KPMG encontrou dados em sintonia com o levantamento do MIT. O estudo concluiu que só 17% das empresas listadas na Fortune 500 usam IA em grande escala.