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Siatt investirá R$ 3 bi para exportar mísseis brasileiros

Diante do clima de conflagração global, sócios emiradenses ajudarão a vender sistemas contra navios e blindados no Oriente Médio

Empresa de defesa, a Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico) anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados em São José dos Campos (SP) onde serão produzidos armamentos capazes de inutilizar navios de guerra e quase todos os blindados existentes. São os projetos militares brasileiros mais importantes, junto com o cargueiro militar C-390 Millenium, da Embraer.

Não se trata de uma decisão apressada por causa dos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia. Desde o final da década a Siatt encampou e atualizou mísseis navais e de infantaria de projeto nacional. Em busca de parceiros que injetassem recursos e abrissem mercados, em setembro a empresa teve um pouco menos de metade do seu capital comprado pelo grupo Edge, conglomerado estatal de defesa dos Emirados Árabes Unidos (EAU). O valor não foi revelado. Instalada no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, a Siatt se prepara para ganhar escala de produção com os sócios emiradenses ajudando a abrir o mercado árabe, onde devem concorrer com empresas americanas e francesas.

O projeto mais vistoso é o Mansup (imagem), o Míssil Antinavio Nacional de Superfície. Herdado da Avibras, Mectron, Atech e Omnisys, o projétil guiado por radar desenvolvido em parceria com a Marinha do Brasil se aproxima das versões navais do consagrado Exocet francês. Lançado de uma embarcação, teria alcance de 70 quilômetros voando em velocidade supersônica rente ao mar para evitar detecção.

Até mais promissor em potencial de exportações, o MSS 1. AC permite a dois soldados a pé destruírem veículos blindados e tanques médios a uma distância de até 3 quilômetros. Trata-se um conjunto portátil formado por um suporte mira laser e um tubo lançador. O míssil já foi testado e está em uso pelo Exército, que preventivamente equipa as tropas enviadas para Boa Vista, em Roraima, perto da área em litígio entre Venezuela e Guiana.


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