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Câmbio reduz lucro líquido da Vale em mais de R$7 bi; resultado soma R$306 mi

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A mineradora Vale relatou nesta quarta-feira lucro líquido de 306 milhões de reais no segundo trimestre, mas o resultado poderia ter superado 7 bilhões de reais, não fosse o efeito contábil das flutuações cambiais, em um período que a empresa qualificou como “extraordinário” para seus negócios, o que permitiu o anúncio de uma bilionária remuneração aos acionistas.

O resultado líquido superou em cerca de cinco vezes o registrado no mesmo período de 2017 (60 milhões de reais), mas representou uma queda acentuada na comparação com o registrado no primeiro trimestre, quando somou 5,1 bilhões de reais.

No segundo trimestre, segundo a empresa, uma multinacional exposta a diversas moedas, o real se depreciou 16 por cento em relação ao dólar, gerando um “efeito contábil negativo não-caixa” que reduziu o lucro líquido da Vale em 7,3 bilhões de reais.

Excluindo os efeitos não-caixa dos resultados, a empresa registrou um lucro líquido recorrente de 7,571 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 181 por cento ante o mesmo período do ano passado e avanço de 31 por cento ante os primeiros três meses deste ano.

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que o resultado foi “sólido” e “extraordinário”, com a maior geração de caixa para o período dos últimos dez anos, permitindo ainda distribuição de dividendos, recompra de ações e redução de dívida.

“Compensamos o efeito da greve dos caminhoneiros e a queda de 9 dólares no preço do minério de ferro com maiores prêmios para os nossos produtos de maior qualidade e recorde de produção de minério de ferro para um segundo trimestre”, afirmou Siani, em vídeo postado na internet.

A mineradora anunciou o pagamento de remuneração semestral ao acionista de 7,694 bilhões de reais e a recompra de ações ordinárias limitada ao máximo de 80 milhões de ações ordinárias e suas respectivas ADSs, e ao valor máximo de 1 bilhão de dólares.

GERAÇÃO DE CAIXA

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado entre abril e junho foi de 14,187 bilhões de reais, alta de 60,6 por cento ante o mesmo período de 2017 e crescimento de 10 por cento em relação ao primeiro trimestre.

“Com o fim do ciclo de investimentos, essa geração de caixa se traduziu em um fluxo de caixa livre para os acionistas superior a 3 bilhões de dólares, o que permitiu pagar um dividendo de 2 bilhões de dólares e uma recompra de ações de 1 bilhão de dólares”, disse Siani.

No segmento de minerais ferrosos, a Vale atingiu um Ebitda ajustado de 11,7 bilhões de reais no segundo trimestre, devido a maiores volumes e melhores prêmios. A empresa bateu recorde de produção e vendas de minério de ferro para o período.

“O prêmio de qualidade no preço realizado da Vale atingiu um recorde de 7,1 dólares/t no segundo trimestre, mostrando que a Vale está bem posicionada para se beneficiar da tendência estrutural de ‘flight to quality'”, disse em nota o diretor-executivo de Minerais Ferrosos e Carvão, Peter Poppinga.

A receita operacional líquida da Vale no segundo trimestre foi de 31,23 bilhões de reais, alta de 33,7 por cento ante o mesmo período do ano passado e avanço de 11,8 por cento nos três primeiros meses do ano.

DÍVIDA

A Vale continuou reduzindo sua dívida líquida, tendo alcançado 11,519 bilhões de dólares em 30 de junho de 2018, o que significou a redução de 3,382 bilhões de dólares com relação a 31 de março de 2018.

“Estamos próximos de atingir a nossa meta de dívida líquida e já podemos perceber os benefícios de um menor endividamento em nossa avaliação de crédito, com a recente elevação de nossa classificação de risco pela Moody’s, e também sobre nossas despesas com nossos juros brutos”, disse em nota Siani.

No início do ano, o presidente da companhia, Fabio Schvartsman, havia afirmado que a dívida líquida deveria atingir 10 bilhões de dólares em meados deste ano.

Os investimentos da Vale atingiram no segundo trimestre o menor nível para o período nos últimos 13 anos, de 705 milhões de dólares, e está consistente com a menor execução de projetos planejada para o período, segundo a empresa.

A previsão de investimentos para 2018, segundo a empresa, foi revisada para 3,6 bilhões de dólares, ante os 3,8 bilhões de dólares anunciados no fim de 2017, no Vale Day, evento tradicional com analistas em Nova York.

(Por Marta Nogueira)

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