Boletim de MR sobre medicina, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Remédio contra câncer pode tratar Parkinson
Dentro do corpo humano, as substâncias se decompõem e passam por um processo de transformação, tornando-se novos compostos. Não é diferente com os remédios. Uma pesquisa descobriu que o resultado da decomposição de um medicamento contra o câncer pode inibir células cancerígenas da próstata, bem como tratar a doença de Parkinson. O estudo foi publicado na revista Cell Chemical Biology.
O rucaparib é um medicamento comumente usado no tratamento de câncer de ovário, mama e próstata.Posteriormente, em teste com células, o M324 combinado com a fórmula original do rucaparib aumentou a inibição das células cancerígenas. No caso do câncer de próstata, houve uma diferença na inibição de mais de 30%.
Sequenciamento genético identifica distúrbios do crescimento
Em artigo publicado este mês no The Journal of Pediatrics, pesquisadores da USP relatam o caso de um menino de 9 anos com diversos sintomas, como baixa estatura, problemas dentários e deficiência intelectual. Através do sequenciamento do exoma, identificaram mutações em dois genes, o GCK e o BCL11B, diagnosticando-o com diabetes monogênico e síndrome de anormalidades de células T, duas doenças raras. A descoberta da causa dos sintomas possibilitou um tratamento mais adequado para o menino. O estudo destaca a importância do sequenciamento do exoma no diagnóstico de doenças raras, especialmente em casos com múltiplos sintomas e condições.
Extrato de cannabis pode matar células cancerígenas
Um novo estudo realizado por pesquisadores australianos aponta que o extrato de cannabis chamado PHEC-66 possui “efeitos anticâncer notáveis”. Em testes in vitro, a substância diminuiu as taxas de crescimento de células cancerígenas de melanoma. Além disso, promoveu a morte dessas células. Os resultados sugerem que o PHEC-66 desencadeia a apoptose nessas linhagens celulares de melanoma, aumentando a expressão de marcadores pró-apoptóticos (mRNA BAX) e, ao mesmo tempo, reduzindo a expressão de marcadores antiapoptóticos (mRNA Bcl-2). Além disso, induz a fragmentação do DNA, interrompendo a progressão celular. Em outras palavras, o extrato se liga às células cancerígenas, impede que elas se multipliquem e força a morte delas. Segundo os pesquisadores, o dano à célula do melanoma impede que ela se divida em novas e, em vez disso, começa uma morte celular programada, também conhecida como apoptose.
O que MR publicou
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Dieta atlântica pode prevenir síndrome metabólica
Um estudo descobriu que a dieta atlântica pode ajudar a reduzir o risco de síndrome metabólica. Esse é um tipo de alimentação popular em algumas regiões de Portugal e Espanha e é semelhante à dieta mediterrânea. Sua base são alimentos como peixes, legumes e azeite, além de frutas, carnes magras, lacticínios e vinho (com moderação). Publicado no JAMA Network Open neste mês, o estudo tinha o objetivo de analisar os efeitos da dieta atlântica para a saúde metabólica e ambiental, avaliando a incidência da síndrome metabólica e a pegada de carbono emitida por ela. De acordo com os pesquisadores, esse tipo de alimentação pode reduzir significativamente o risco da síndrome. No entanto, a redução na pegada de carbono não foi significativa.
Metade dos doentes com dengue não apresentam sintomas
No combate à dengue, uma ameaça silenciosa acendeu o alerta. De acordo com especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cerca de 50% dos casos são assintomáticos, ou seja, a doença não se manifesta com sintomas perceptíveis. E o número de casos não para de subir. O boletim mais recente do Ministério da Saúde revela que o DF tem 64,4 mil casos e 13 mortes. O informativo da Secretaria de Saúde da capital será divulgado amanhã.
Tabaco destrói a imunologia
A medicina aponta que o consumo de derivados do tabaco causa cerca de 50 tipos de doenças, principalmente as cardiovasculares, câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas. Essa lista de problemas acaba de aumentar, segundo informa um estudo inédito realizado por cientistas do Institut Pasteur. De acordo com os pesquisadores, o consumo frequente do cigarro tem um grande impacto nas respostas imunológicas a longo prazo. Isso mesmo entre aqueles que já abandonaram o vício. O artigo foi publicado na conceituada revista Nature.