Balança comercial brasileira atingiu resultado de US$ 6,5 bilhões em janeiro, o mais elevado para o mês dentro da série histórica iniciada em 1997
Em meio à crise econômica, o volume exportado pelo Brasil para a Argentina recuou 31,5% em janeiro de 2024 ante janeiro de 2023. O resultado fez com que a participação do país vizinho nas exportações descesse a uma fatia de apenas 2,8% em janeiro, a menor para esse período do ano. Os dados são do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getúlio Vargas Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) desta terça-feira (20).
“O segundo menor foi na crise do início dos anos 2000, 3,5% em janeiro de 2022. Um reflexo da atual crise foi a queda nas vendas de automóveis de passageiros, que registraram retração em valor de 38,2%”, apontou o relatório do Icomex.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,5 bilhões em janeiro, o mais elevado para o mês dentro da série histórica iniciada em 1997. Quanto aos demais principais parceiros comerciais do Brasil, as exportações para a China cresceram 56,2% em janeiro, em volume, e avançaram 31,6% para os Estados Unidos. Já para a União Europeia, as vendas brasileiras recuaram 18%.
A China contribuiu com US$ 2,7 bilhões para o superávit brasileiro visto em janeiro, mas houve também saldos positivos relevantes nas trocas comerciais com a África, Oriente Médio e América do Sul (excluída a Argentina), que somaram US$ 2,4 bilhões, e com a Ásia (excluída a China), mais US$ 1,2 bilhão. Os Estados Unidos contribuíram com US$ 244 milhões para o superávit da balança comercial de janeiro.
O relatório do Icomex aponta que o superávit recorde de janeiro confirma a expectativa de um cenário favorável para o desempenho da balança comercial brasileira em 2024.
No mês de janeiro de 2024 ante janeiro de 2023, em valores, as exportações cresceram 18,5%, enquanto as importações recuaram 0,1%. Os volumes aumentaram, mas os preços diminuíram. Em volume, as exportações cresceram 21,1%, e as importações subiram 9,7%. Quanto aos preços, houve recuo de 2,0% para as exportações e redução de 8,8% para as importações.
“A China lidera o saldo comercial, mas os dados mostram a importância dos mercados da África, Oriente Médio e demais mercados na Ásia e na América do Sul para o resultado recorde da balança comercial”, frisou o Icomex.