Economista estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com problemas vasculares em uma das pernas
Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central (BC), morreu nesta quarta-feira (21), em São Paulo, aos 84 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o último final de semana, com problemas vasculares em uma das pernas.
Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), Pastore foi um dos economistas mais respeitados do país, tanto no meio acadêmico como no serviço público.
Em 1973, tornou-se livre docente e professor da FEA-USP. Entre 1979 e 1983, foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Presidiu o BC entre 1983 e 1985, no governo de João Figueiredo, durante a ditadura militar.
Anos depois, em 1993, passou a atuar também como consultor em economia ao fundar a A.C. Pastore Consultores e Associados junto de sua esposa, Maria Cristina Pinotti.
As homenagens ao economista serão prestadas nesta quarta-feira, das 13h às 17h, no Cemitério Morumby.
Affonso Celso Pastore nasceu em 19 de junho de 1939, na cidade de São Paulo. O economista se dedicou, durante toda a carreira, à vida acadêmica, com dezenas de estudos e livros publicados. Mas teve também uma passagem por cargos públicos em diferentes governos.
Em entrevista ao projeto “História Contada do Banco central do Brasil”, que reúne conversas com os presidentes da instituição, Pastore afirmou que sua escolha pela economia foi guiada apenas pelo gosto pessoal, sem influência da família.
Começou a carreira pública em 1966, como assessor do então secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Antônio Delfim Neto, que foi o orientador de Pastore durante sua pós-graduação. No ano seguinte, Delfim virou ministro da Fazenda e Pastore passou a integrar a equipe ministerial.
Em 1979, assumiu o cargo de secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, durante o governo de Paulo Maluf.
No primeiro ano de pandemia, em 2020, Affonso Pastore afirmou que a recuperação da economia brasileira seria lenta e custosa. Disse que, naquele momento, era difícil ter uma noção exata do tamanho da crise que o país enfrentava, mas considerava que não havia alternativa para além das medidas de isolamento social. Em relação ao governo de Jair Bolsonaro, Pastore acreditava que o maior objetivo do seu governo era conseguir se reeleger em 2022, “não propriamente o bem-estar dos brasileiros”.
No ano seguinte, em 2021, Pastore ensaiou um retorno à vida pública como assessor do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que foi pré-candidato à Presidência da República. Ele atuou como o principal conselheiro econômico de Moro para a disputa presidencial de 2022, uma candidatura que nunca chegou a acontecer.