SÃO PAULO (Reuters) – Morreu nesta terça-feira o jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT e um dos autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, aos 96 anos em São Paulo, e a morte foi lamentada pela seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e por autoridades.
“Homem de coragem, de fortes convicções e que sempre se pautou pela ética na sua dedicada trajetória de busca pela boa administração da Justiça, sempre será uma referência para todos os que militam no sistema de Justiça”, afirmou em nota o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa.
Bicudo ficou conhecido por seu combate às violações de direitos humanos na época do regime militar e, na década de 1970, teve participação importante na condenação de integrantes do esquadrão da morte que atuava à época.
Formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), participou da fundação do PT em fevereiro de 1980 e elegeu-se duas vezes deputado federal pela legenda, exercendo-os entre 1991 e 1999. Foi ainda eleito vice-prefeito de São Paulo na gestão da então petista Marta Suplicy, entre 2001 e 2004.
Em 2015, redigiu juntamente com a advogada Janaína Paschoal e com o também jurista Miguel Reale Jr. o pedido de impeachment que resultou, mais tarde, na cassação do mandato de Dilma Rousseff em 2016.
À época, já com a saúde debilitada, não compareceu na Câmara dos Deputados para protocolar o pedido, sendo representado por Janaína e por uma de suas filhas. Não foram divulgados detalhes da causa de sua morte.
Nesta terça, Janaína Paschoal, que se filiou ao PSL e é cotada para ser candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro, foi ao Twitter lamentar a morte de Bicudo.
“Parte um Herói brasileiro! Meus agradecimentos ao nosso Grande Hélio Bicudo! Todo meu amor! Toda minha admiração! Toda minha gratidão! Sem ele, eu não teria conseguido”, escreveu ela na rede social.
O presidente Michel Temer também foi à rede de microblogs para lamentar a morte do jurista, a quem classificou de “um homem notável”.
“Ao longo de sua vida, pudemos conhecer toda sua trajetória de defesa dos valores democráticos. Minhas sinceras condolências aos seus familiares”, escreveu Temer no Twitter.
(Por Eduardo Simões)