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Giordano declara apoio a Boulos. Mas quem é Giordano?

Na foto acima, vemos o deputado federal Guilherme Boulos recebendo o apoio de Alexandre Giordano. Você deve estar se perguntando: e quem é Giordano? Uma pista: ele é senador da República pelo MDB (mesmo partido do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes). Ainda não ligou o nome à pessoa? Pois bem. Ele é o suplente que assumiu o cargo de senador após a morte de Major Olímpio, em março de 2021.

Apesar de atuar na Câmara Alta por quase três anos, o senador é um ilustre desconhecido entre o eleitorado paulista. Ele foi empresário de estruturas metálicas e era frequentemente apontado como lobista (embora tenha sempre negado exercer esse tipo de atividade). Mas aproximou-se do então deputado Olímpio e o ajudou na campanha para o Senado, sendo contemplado com a primeira suplência.

Pergunta-se: Major Olímpio, que se elegeu na onda bolsonarista de 2018, apoiaria Guilherme Boulos? Com toda a certeza, não. Giordano não deveria pelo menos honrar os votos que foram dados ao titular do cargo?

O mistério fica ainda maior quando lembramos que, meses após ter assumido o posto de senador, ele deixou o PSL para se filiar ao MDB, dando a seguinte declaração à revista Veja São Paulo: “Vou fazer no MDB o que a Janaina [Paschoal] não me deixou fazer no PSL. Vou organizar o partido, construir pontes e engrossar o caldo do Ricardo Nunes”.

Pelo jeito, esse caldo entornou, pois agora o senador apoia o principal opositor de Nunes. A justificativa? “Eu estou apoiando o Boulos porque os ideais políticos e o futuro da cidade de São Paulo dependem muito de uma pessoa que goste muito da cidade de São Paulo, muito de gente, muito de povo”.

Ou seja, para o senador, pouco importa a ideologia ou as propostas de um candidato. O importante, para ele, é se um candidato gosta da metrópole ou tenha prazer em falar com os cidadãos?

Giordano chegou a se colocar como pré-candidato do MDB, um movimento que nem foi levado a sério por seus correligionários, uma vez que a preferência é de quem ocupa a prefeitura (Nunes). Além disso, o senador nunca disputou uma eleição na vida e não tem padrinhos influentes na vida política. Não deve agregar nenhum voto a Boulos, a não ser o próprio, e cavou sua expulsão do MDB. Diante disso, Giordano deverá ir para o PSB, mas o PT não deve ser descartado.

Essa situação precisa deflagar um debate sobre a escolha dos suplentes nas disputas por cadeiras no Senado.

Não é a primeira vez que um desconhecido chega a Câmara Alta e adota uma agenda completamente diferente daquele que foi originalmente escolhido pelo povo. Os eleitores, revoltados com essa desfaçatez, precisam ser respeitados e protegidos. Quem votou em Olímpio recebeu um Giordano de presente – e, no contrabando, ainda ganhou o apoio a um candidato de Esquerda.

É preciso escolher melhor esses substitutos e alinhá-los com as propostas dos titulares de chapa. Vejamos o que aconteceu na última legislatura: sete senadores perderam seus mandatos por renúncias, falecimentos ou cassações. Mas os números, na prática, são ainda maiores, se levarmos em consideração licenças ou nomeações para cargos no Executivo: entre 2018 e 2022, 31 suplentes assumiram temporariamente seus cargos, que representa 38 % do total de cadeiras.

Diante disso, não seria a hora de discutir melhor a escolha de suplentes dos candidatos a senador?

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