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Articulações ditam ações e contradições nas pré-campanhas paulistanas

Boulos e Nunes optam pela polarização para chegar ao 2º turno, enquanto Tabata percorre um terreno árido atrás de moderados – mas alianças tudo podem mudar

A corrida eleitoral à Prefeitura de São Paulo ganha contornos e alguns temperos. Enquanto o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) aposta na polarização e na associação de seu principal adversário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mantendo uma ligeira vantagem nas pesquisas eleitorais, o atual mandatário Ricardo Nunes (MDB) centra a todo custo angariar os desafetos da esquerda – são variações do mesmo tema. Já a parlamentar Tabata Amaral (PSB) corre por fora, atrás de eleitores que estejam decepcionados com os discursos polarizados e lacradores. Kim Kataguiri (União Brasil) aparece em quarto, com 6%.

É aí que residem algumas contradições. Diante do empate estatístico dos líderes nas pesquisas, não dá para buscar apoio externo para garantir uma militância mais ativa mantendo a temperatura dos discursos alta. O levantamento do instituto RealTime Big Data aponta que, no cenário estimulado, Boulos lidera com 34% das intenções de voto, enquanto Nunes pontua 29% e Tabata, 10%. Como a margem de erro é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo, Boulos e Nunes estariam colados na pior possibilidade para o primeiro e na melhor para o segundo. Na melhor para o psolista, ele abriria 11 pontos. No caso de Tabata, para avançar seria preciso abdicar em parte do tom civilizatório para alertar os paulistanos que a polarização só manteria retrocessos na administração da cidade – sob risco de perder um pouco a identidade.

Com sete meses até o primeiro turno, os três tentam movimentações além de suas legendas, enquanto evitam as restrições da Justiça Eleitoral contra campanhas antecipadas e pensam no futuro. A situação de Nunes é a menos confortável, pois ficaria sem mandato se derrotado, enquanto Boulos e Tabata seguiriam com seus mandatos em Brasília com projeções ampliadas na memória dos eleitores.

Confira:

Guilherme Boulos (Psol)
  • Com a ajuda do presidente Lula, trouxe Marta Suplicy (PT) para sua vice;
  • Selou o apoio do senador Alexandre Giordano (MDB-SP), desafeto de Nunes e que herdou a cadeira após a morte de Major Olímpio (PSL-SP) por covid, em 2021;
  • Trouxe o apoio do PDT, liderado pelo presidente Carlos Lupi;
  • Tem investido em atos de campanha em regiões periféricas, além de redutos eleitorais onde Marta, ex-prefeita, tem bom desempenho e militância ativa.
Ricardo Nunes (MDB)
  • Se aproximou de Bolsonaro e Tarcísio de olho nos bolsonaristas para alavancar suas intenções de voto;
  • Conquistou o apoio dos partidos Avante e Agir para compor uma frente;
  • Anda próximo do ex-presidente Michel Temer (MDB) em busca do apoio de partidos do Centrão;
  • Com a “máquina” da Prefeitura à sua disposição, tenta acolher vereadores e entidades sociais atrás de militância para encher seus atos políticos;
  • Filiou no MDB o vereador de sétimo mandato Paulo Frange. Com o médico, que passou quase três décadas no PTB, migraram para o MDB mais de 500 novos filiados.
Tabata Amaral (PSB)
  • Tem como principal articulador o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que costura apoios de deputados ligados ao PSDB em São Paulo;
  • Tenta sacramentar como vice de sua chapa o apresentador José Luiz Datena, que se filiou ao PSB, cujo histórico de desistências é notório, mas anima o eleitorado que gosta de um populista;
  • Busca apoio do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), um dos poucos tucanos de alta estirpe na ativa;
  • Aposta em tirar voto de Nunes e Boulos com o discurso antipolarização, mas anda mais próximo do segundo por causa de Alckmin, por isso precisa maneirar na dose.
Kim Kataguiri (União Brasil)
  • Sua sigla segue um impeditivo. Alinhada com Nunes na gestão municipal, está com Tarcísio em São Paulo e, em parte, com Lula no federal – no melhor estilo Centrão.

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