Segundo o ministro da Fazenda, impulsos na economia e na geração de empregos devem sustentar um crescimento sólido neste ano
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou nesta quarta-feira (27) que, “à luz do aquecimento da economia no primeiro trimestre e da criação de empregos”, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer mais em 2024 do que os 2,2% previstos atualmente pela pasta.
Já o mercado tem uma expectativa mais modesta, de 1,85%, segundo apontou o relatório do Boletim Focus, do Banco Central, divulgado na terça-feira (26).
“Sobretudo se a taxa de juros continuar caindo como previsto“, disse em entrevista à Rádio Itatiaia. “É uma percepção minha [que o crescimento surpreenderá], que precisa ser validada pela área técnica.”
Haddad destacou que vem recebendo notícias positivas sobre o desempenho dos setores agropecuário e automobilístico.
Perspectivas econômicas e reformas em pauta
Haddad também abordou questões relacionadas ao equilíbrio fiscal e às reformas em andamento. Ele destacou que a obtenção de um déficit primário zero em 2024 está condicionada à aprovação das leis propostas pelo governo, deixando claro que essa responsabilidade recai sobre o Congresso Nacional.
Além disso, o ministro anunciou que a regulamentação da reforma tributária sobre o consumo será encaminhada ao Congresso em abril, seguida pela proposta de reforma tributária sobre a renda e o capital. Ele enfatizou a importância de não permitir que uma interferência atrapalhe a outra nesse processo legislativo.
Agenda de medidas econômicas
Haddad delineou uma série de medidas econômicas que o governo pretende implementar. Isso inclui a criação de um mercado secundário de recebíveis imobiliários, visando impulsionar o setor imobiliário e habitacional, e a apresentação de uma medida provisória sobre hedge cambial, que contemplará propostas para o mercado de crédito, como a renegociação de dívidas do Pronampe e uma linha de microcrédito para beneficiários do Bolsa Família interessados em empreender.
Desafios e perspectivas futuras
Haddad expressou confiança na capacidade do Brasil de crescer acima da média mundial de forma sustentável por meio de reformas. Ele citou que as agências de classificação de risco consideram que o país “está no caminho certo”.
Além disso, ao abordar a renegociação das dívidas dos estados com a União, o ministro destacou a urgência em resolver esse problema, delineando propostas que visam aliviar o fardo financeiro dos estados.
“Demos um prazo [para entregar o projeto para o Congresso de] no máximo 60 dias, mas se puder resolver em 30 dias, 15 dias, menos um problema para superar”, disse nesta quarta-feira em entrevista à Rádio Itatiaia. Ele afirmou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deixou “claro” que o Congresso “tem pressa em receber esse projeto”.